O Serviço de Controlo do Tráfego Aéreo do país, instalado no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, em Luanda, trabalha sem o radar de voos há anos. Segundo o Novo Jornal, uma fonte ligada aquele sector, confidenciou que o controlo dos aviões que voam no espaço nacional é feito via rádio. Felizmente, Angola nunca registou incidentes de tráfego aéreo.
As fontes, que pediram para não serem identificadas, teriam garantido que também não funciona no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, o ‘ILS’ (Instrument Landing System, em português Sistema de aterragem por instrumentos, um dispositivo que indica ao piloto, de forma precisa, orientações laterais e verticais para a aterragem, ou seja, informações sobre o eixo da pista, e a trajetória ideal). Mas asseguram que tanto o radar como o ILS serão instalados no novo Aeroporto Internacional de Luanda, batizado com o nome Dr. António Agostinho Neto”, facto este confirmado por um alto funcionário do gabinete operacional.
“Infelizmente nunca trabalhamos com radar, como nos outros países. O ILS, um equipamento importantíssimo, anda avariado há muitos anos. Trabalhamos com base nos mapas, através das rotas e a comunicação que os pilotos passam-nos. É com base nisso que trabalhamos”, contou a referida fonte.
O homem que presta serviço de orientação e monitorização de aviões garantiu que apenas trabalham a partir da fiabilidade da informação passada pelos pilotos. “As informações passadas pelos pilotos devem ser efectivas. Senão o próprio piloto é penalizado. Na verdade, ainda trabalhamos no analógico”, teria contado o controlador.
Um outro funcionário, que também preferiu não ser identificado com medo de represálias, disse que, na verdade, um radar no país faz muita falta, uma vez que os voos ficam muito tempo à espera para pousarem.
“Para além do nosso profissionalismo, Deus também controla o nosso espaço. Mas, na verdade, temos outros equipamentos de apoio”, disse a fonte.
Questionado se têm muitas dificuldades ao trabalhar, responderam ambos que não, garantindo que estão habituados. Entretanto, estes profissionais contaram que os pilotos estrangeiros são os que mais têm mostrado admiração pela forma como os controladores angolanos, que dão indicações e autorizações de voo, conforme as características operacionais das aeronaves, funcionam.
Um alto funcionário do gabinete operacional do novo Aeroporto Internacional de Luanda, que também não quis ser identificado, teria reconhecido a não existências destes equipamentos, mas assegurou não ser mais necessário, uma vez que tanto o radar como o ILS serão instalados no novo aeroporto internacional.
“Felizmente o país tem muitos profissionais com formações de radar, apenas terão de fazer actualização para funcionarem no novo aeroporto”, explicou a fonte.