Advogada desaparecida é encontrada morta na sua residência após quatro dias


A jovem angolana de nome Carolina Joaquim de Sousa da Silva, uma advogada de 26 anos, do serviço do escritório Legis Veritas, na Maianga, em Luanda, encontrava-se desaparecida desde última quinta-feira (29) de Novembro, depois de ter saído de casa para o serviço.

Segundo informações, a advogada saiu às 08 horas de casa acompanhada pelo marido que a levou a uma paragem de táxi, no bairro em que o casal vive, uma vez que a sua viatura familiar estava avariada.  Daí, Carolina da Silva teria subido numa viatura que fazia serviço de táxi.

A delegação do Ministério do Interior de Luanda esclareceu ontem, em nota de imprensa, que cinco dias depois de ela ter desaparecido, após um árduo trabalho de investigação dos operacionais do Serviço Provincial de Investigação Criminal (SPIC), foi possível localizar o corpo da vítima na fossa da sua própria residência.

O SPIC garante que tão logo tomou conhecimento do desaparecimento de Carolina da Silva, uma das suas equipas realizou várias diligências no sentido de a localizar, tendo em conta que as informações preliminares davam conta de que os familiares haviam perdido o contacto com ela assim que saiu de casa para o serviço.

Olívio da Silva, marido da vítima, foi notificado a comparecer nas instalações do SPIC durante o fim-de-semana, para prestar mais informações sobre a vítima e as pessoas com quem ela convivia, com vista a auxiliar os investigadores na descoberta do que se passara.

A sua convocação deveu-se ao facto de ter sido o último membro da família com o qual a víti- ma teria mantido contacto antes de, alegadamente, se ter deslocado ao escritório de advogados Legis Veritas, localizado na Maianga.

Maria Armando, mãe da falecida, acredita ter existido um crime organizado devido a profissão da sua filha.

Para os investigadores do SPIC Luanda, essa história contada por Olívio da Silva poderia ter tanto de verdade como de mentira, pois, existiam algumas “peças que não se encaixavam e levantavam outras suspeitas”.

Na manhã de ontem, os vizinhos do casal foram surpreendidos por uma equipa de efectivos do SPIC na casa do casal, onde se encontrava o jovem Olívio da Silva e uma das suas cunhadas que, inconformada com o desaparecimento da irmã, ia para lá frequentemente.

Micaela Barros, irmã da vítima acusa seu cunhado de ter sido o prevaricador desta acção que deixa Angola e o mundo chocado, e espera ver feita a justiça pela morte da sua irmã.

“Eu não acredito que outras pessoas é que mataram a minha irmã, porque eles vivem aqui sozinhos, não tem como estranhos entrarem aqui para matar e colocar o corpo na fossa. Quero justiça”, clamou.

Em declarações a OPAÍS, um dos vizinhos que frequenta a casa disse que os polícias revista- ram-na e encontraram alguns indícios que os levaram a suspeitar de que o corpo de Carolina da Silva estivesse escondida na fossa de casa.

Um dos polícias saiu com a irmã dela, enquanto os outros permaneceram em casa, com o Olívio da Silva a acompanhar os trabalhos de abertura do local reservado ao dejectos humanos. Por conta disso, recaem fortes suspeitas de ele ser o autor deste crime hediondo.

“Parece que ele matou a Carolina por suspeitar que o filho não era seu. Vamos aguardar pelo resultado das investigações para saber se isso é mesmo a realidade”, frisou um dos vizinhos do casal.

Advogada há cinco anos, Carolina da Silva estava grávida de dois meses.

 

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