Home Lifestyle Fotógrafo Délio Jasse reflecte sobre Angola pós era colonial em exposição de arte “Olhar do Outro”

Fotógrafo Délio Jasse reflecte sobre Angola pós era colonial em exposição de arte “Olhar do Outro”

Por Geral

O fotógrafo e arquivista angolano Délio Jasse inaugurou nesta quinta-feira, 13 de Julho, a sua segunda exposição individual de fotografias denominada “Olhar do Outro”, onde reinterpreta papéis e imagens da época colonial vivida em Angola em contraste com imagens da actualidade.

Foto: AngoRussia/ GelsonGeraldo

O evento que juntou vários artistas plásticos angolanos e amantes de arte, decorreu no espaço da galeria Jahmek Contemporary Art, no Hotel Globo, Baixa de Luanda, onde a exposição ficará patente até ao dia 22 de Setembro, podendo receber a apreciação do público em geral durante este tempo. Délio Jesse confirma mais uma vez a sua mestria no trabalho que desempenha no mercado fotográfico que habitualmente explora a relação entre a imagem e a memória.

Nesta amostra, Délio Jasse nascido em Luanda, em 1989, reuniu outra vez fotografias, postais, documentos oficiais, telegramas e selos impressos em tecido, tela e cartão e os desfez em técnicas de impressão experimentais para levar os apreciadores da sua arte a pensar.

“Esta é a minha história da mentira que nos é contada”, declara o artista, que tenta desvendar, para além do cariz político inerente ao material exposto, “de que forma a relação da sociedade angolana com a auto-imagem evoluiu desde então, em termos de transparência, produção e reflexão”, conforme descreveu Gisela Casimiro no texto de apresentação de “Olhar do Outro”.

O artista usa habitualmente imagens e memórias de sociedades africanas coloniais, tais como Angola e Moçambique, como ponto de partida de seus trabalhos. Em entrevista ao AngoRussia, o autor frisou que a sua “mãe” é uma das suas grandes inspirações para a elaboração das suas obras e avançou que “a arte em Angola precisa  ser mais trabalhada, e apoiada para funcionar melhor”.

“A arte em Angola precisa ser mais trabalhada, precisamos dialogar mais, criar estruturas de debates, precisamos de apoios, informar mais e ser disciplinados para que a arte em Angola funcione”, disse.

Residindo actualmente em Milão, Itália, o artista nos últimos 15 anos, participou em inúmeras exposições individuais e coletivas em Angola, África do Sul, Mali, Itália, Inglaterra, Alemanha, Portugal, Espanha, França, China, Brasil e Estados Unidos. O carácter único da sua obra foi reconhecido com os prémios Anteciparte (Portugal, 2009) e Iwalewa Art (Alemanha, 2015), para além da nomeação para os prémios BES Foto (Portugal, 2014) e Pomilio Blumm (Itália, 2016). Várias criações de Délio Jasse integram colecções de arte importante como a Colecção Sindika Dokolo Angola), Museu Kiscell (Hungria), Fundação Blachere (França), BES Arte e Finança e Fundação PLMJ
(Portugal).

Por: Irinea Lukombo

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