Zé Nobody diz existirem barreiras no Rap e elege NGA, Prodígio e Kelson Most Wanted como os mais fortes de Angola


A mais nova proposta do rap angolano, Zé Nobody que prepara-se para lançar o seu novo single “Medo”, falou em entrevista ao AngoRussia, sobre o seu percurso no mundo artístico e, aproveitou para contextualizar que até hoje, existe uma barreira entre os rapper’s da new e old shcool em Angola, ainda durante a conversa, elegeu NGA, Prodígio e Kelson Most Wanted como os mais fortes da actualidade do mercado nacional. 

Há três anos no mercado e inúmeras participações em vários singles, Nobody começou por contar que mergulhou no estilo Rap por influência do seu pai que ouvia nos anos 90 e 2000, os rappers Boss Ac, Kalibrados, Big Nelo e Yannick Afroman.

Conhecido artisticamente por Zé Nobody, Jerson Ferreira Mendes de Carvalho explicou que o nome surgiu num momento em que se isolava de tudo e todos, por isso os amigos o apelidaram de Mr. Nobody, ao ser recrutado para um grupo musical levou o mesmo nome mas como “Zé Nobody”.

“Teve uma altura em que eu gostava de ficar sozinho, não tinha auto-estima como tenho agora e me isolava do pessoal, e alguns amigos gozam na minha rua e me chamavam por Mr. Nobody o ‘Senhor Sozinho’. Daí, quando eu entrei num grupo disseram-me que devia ter um nome, e não tinha nenhum até que lembrei desse que me chamavam nas brincadeiras entre amigos e ficou definitivamente só que em vez de Mr. eu coloquei Zé Nobody ( Zé ninguém) que hoje colou até na família. Isso também porque tinha uma ex namorada que eu gostava muito e disse que eu não seria nada, nem ninguém, e hoje sou quem sou”, explicou.

Questionado se actualmente existe alguma barreira entre os rapper’s da nova e a geração mais antiga, o autor do single “Não há Nada” que conta com a participação de Team Pambala e o Uami Ndongadas, sem receio disse que infelizmente ainda existe, por mais que muitos deles surgem publicamente a cantarem juntos.

“Mesmo na nova escola existe. Os rapper’s que estão num nível mais alto se colocam barreiras entre si, tanto os da geração antiga como os da nova geração, já não é tão notável como antes mas ainda existe. A título de exemplo, hoje podemos ver o Vui Vui e o Kelson a cantarem juntos, Pródigo e os Mobbers e a TRX, entre outros”, disse.

Ainda na sua linha de pensamento, Nobody afirmou que gostaria que os rapper’s de Angola não perdessem as suas identidades culturais e que o público os apoiasse mais, porque as vezes alguns músicos vêem-se obrigados a fazerem aquilo que o público pede para poderem serem ouvidos ou fazerem sucesso.

“Acredito que os rapper’s de verdade aqui não perderam a sua essência, mas tem aqueles que gostam de fazer outros estilos, juntar rap e jazz, R&B e uns até juntam-se ao Kuduro, não quer dizer que perderam a sua essência mas, eles tentam entrar na onda do que público/ população pede, tudo para terem resultados imediatos sem medirem as consequências a curto prazo.   Mas temos exemplo de rappers que continuam fies a sua essência como Kid Mc, Força Suprema, Elenco de Luxo, Mc K, Vui Vui e entre outros, e isso me motiva a continuar no estilo”,

Zé Nobody revelou ainda as suas maiores inspirações no estilo predominante a nível internacional como Xxxtentacion que foi morto a sangue frio em 2019, Bruno Mars, Eminem, Joyce Wrld e Kodak Black. E a nível nacional, NGA, Xuxu Bower, Kelson Most Wanted, Prodígio, Deezy, Dji Tafinha, Paulelson e Délcio Dólar.

Ao finalizar, o rapper apontou aqueles que para si são os melhores rapper’s de Angola da actualidade. Tratam-se de NGA, Kelson Most Wanted e Prodígio, por serem fortes no que tange ao trabalho e consistência  nos mesmos.

 


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