A cantora angolana, Patrícia Faria, que manifestou preocupação, pela continuidade do Semba, afirmou que os artistas da nova geração não estão preocupados em compor canções do estilo e não há cantores a darem a devida sequência a este ritmo musical, assim como poucas mulheres assumem-se como verdadeiras sembistas.
Citada pelo Jornal de Angola, Patrícia Faria fez o referido pronunciamento no final da homenagem feita na programação mensal do Palácio de Ferro no projecto ‘Trajectória’, alertando que “o semba está a morrer”.
“Hoje, com as constantes evoluções e as prioridades a nível da promoção cultural, vejo que o estilo está a ser confundido com outras coisas. Não basta cantar em línguas nacionais para dizer que se está a cantar o Semba”, disse a cantora.
A cadência do Semba, reiterou, e o seu estilo são muito específicos e actualmente não há nenhum artista da nova geração, principalmente do género feminino, que se dedique a cantar ritmos. Patrícia Faria defendeu que é preciso não deixar que a matriz do Semba desapareça, mas é isso que pode acontecer se nada for feito para a sua preservação.
“É hoje muito preocupante contar os sembistas da nova geração, deve ter mulheres que se assumem como verdadeiras sembistas, assim como eu assumo, mas somos muito poucas”, ressaltou.
A educação e a cultura, sublinhou, são de suma importância para mudar a situação, é necessário que os jovens sejam educados a preservar e massificar os ritmos populares, tradicionais do país.
Refira-se que, Patrícia Faria é uma das principais vozes femininas da praça angolana e que volta a actuar no Palácio de Ferro, após ter participado, em Maio, na segunda edição do Festival Balumuka. Tem no mercado três álbuns discográficos, nomeadamente “De Kaxexe”, “Baza Baza” e “Eme Kya”, onde são encontrados temas como “Caroço Quente”, “Kibela”, “Triste Amargura”, “Zanga Kalunga”, “Eme Kia” “Papa wa Jimbidila” e “Cama e mesa” (Pacheco), “Tás aonde”, “Kamaka”, “Tó a ficar tonto”, “Maximbombo” e muitos mais.
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