Mauro Sérgio faz texto emocionante sobre ter realizado o sonho de fotografar o ex-presidente José Eduardo dos Santos


O conceituado fotógrafo angolano Mauro Sérgio, usou as redes sociais, na noite desta segunda-feira, 19 de Dezembro, para partilhar com os seguidores, um texto emocionante onde fala sobre o quão importante e significativo foi realizar o sonho de fotografar o ex-presidente da República José Eduardo dos Santos.

Imagem: Reprodução Instagram (Mauro S+ergio)

Nos primeiros parágrafos da sua abordagem, Mauro começou por contar como tudo acontece. O jovem que transforma imagens em arte, disse que desde 2017, ansiava desesperadamente fotografar JES, tanto que estava disposto a pagar qualquer valor que fosse, para realizar tal desejo.

“Suspirei… Estávamos prestes a entrar em casa daquele que governou o país por 38 anos. Nem quando eu ia pra expedição sentia-me assim. Era 11 de Janeiro, mas na noite anterior passei em claro. Eu estava a perseguir essa oportunidade desde Novembro de 2017. Estava disposto a tudo pra ter um retrato daquele que quer queiramos, quer não, é uma das maiores figuras históricas dessa nação. Quando me apercebi que jamais conseguiria contornar a sua existência, o meu approach para o trabalho fotográfico mudou. Era altura de perceber que temos a missão de eternizar os nossos e que daí virão bons e maus julgamentos, mas já não estamos a discutir um Napoleão, alguém de muito longe que apareceu nos nossos livros de história. Volta e meia eu ligava para os contactos a dizer estar disposto a tirar dinheiro do meu bolso para ir em qualquer parte do mundo para fotografar o kota. Não me importava o custo, mas ainda assim, sem sucesso”

Passado 4 anos, recebeu uma chamada inesperada de um dos filhos do presidente emérito, Joess dos Santos, a questionar se estava pronto, e mesmo sem nem saber do que se tratava, Mauro Sergio não hesitou em dizer que sim.

“Mas num dia qualquer de Janeiro de 2022, Joess dos Santos ligou para mim e disse: Ti Mauro, estás pronto? Terça-Feira da próxima semana, tens tempo? Paraaaaaa, ele nem tinha dito o que era, mas o meu coração estava a palpitar. Só lhe disse: Wi, nasci pronto!”

Ainda por telefone, Joess por sua vez contou que gostava que o jovem talentoso fizesse algumas imagens para retratos e algumas do progenitor, pois segundo o mesmo não tinham tantas imagens do pai.

“Então, vens a casa do kota para fazer os retratos. Nós também queremos algumas do pai e não temos muitas. Xé, paralisei, feio! E agora? Vou levar quem para essa missão? aviso-lhes como? Para mim era o último desafio que tinha como fotógrafo. Nesses 10 anos de fotografia (contando desde o dia que abri o meu Instagram) tudo que podia acontecer acabou acontecendo”, contou.

No entanto, após absorver a informação, Mauro decidiu levar os seus irmãos, para embarcar naquela que seria uma das suas maiores realizações.

“Para essa missão liguei para meu irmão mais novo, o Virgílio Francisco, para ensaiarmos as posições de luz. Teríamos poucos minutos e não podíamos chegar lá e dar bandeiras. Ensaiamos das 19 até as 2 da manhã. A seguir liguei para o Márcio Edvaldo, também o meu irmão, que estava doente, mas quando ouviu o que iria se passar, gritou: nem que eu esteja a rastejar, eu vou. E por fim, para gerir a equipa no set, a minha dorsal, Ângela Sá”, explicou.

Posto na residência de JES, Mauro conta que por conta da tamanha responsabilidade que acarretavam, os seus ajudantes e companheiros começaram a ficar nervosos.

“Diante do mais velho, o Virgílio esqueceu como posicionar a luz da octabox que tanto ensaiamos, o Márcio não estava a posicionar bem o reflector, a Angie a controlar o segurança que não tirava os olhos de nós”

Sobre a sua reação ao se deparar com JES, Mauro conta que: “Eu estava a tremer, nem sabia como me dirigir ao Ex-Presidente, mas consegui dizer: Eu até sei dirigir bem as pessoas para grandes fotos, mas não saberei como me dirigir. JES: fica à vontade! Eu: Impossível! Jamais ficarei à vontade. Virou para o Joess e disse: Ele é engraçado”

E finalmente Mauro conta que conseguiu fazer a primeira fotografia, encerrando assim o seu “primeiro ciclo na fotografia com a missão de dignificar cada indivíduo em cada retrato.

 


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