“Lembro-me sim de todas as críticas que me levaram à depressão”, diz Yuri da Cunha ao recordar a trajectória difícil na carreira


Em celebração aos 10 anos da música ”Atchu Tchutcha”, o cantor e compositor angolano, Yuri da Cunha, partilhou com o público as dificuldades e desafios enfrentados durante o percurso da carreira musical, momentos estes que já suscitaram ‘princípios de depressão’.

O autor de “Cabelos Brancos”, revelou ter vivido um episódio difícil, por ter sido injustiçado ao vencer um prémio que foi supostamente atribuído à uma outra pessoa.

“Sim, lembro-me sim, de todas as críticas, que me levaram até a alguma depressão. Lembro-me de ter ganho um prémio de primeiro classificado na categoria ”Melhor Afro House” num dos tops da nossa terra e esse prémio foi dado a terceiros porque que não era uma boa ideia eu ganhar o prémio segundo me foi dito, mesmo tendo recebido muitos votos honestos. Lembro-me de estar cansado porque já não sabia o que as pessoas realmente queriam”, começou por dizer.

Um dos melhores artistas da sua geração, Yuri Cunha que carrega uma carreira de mais de 25 anos, destacou também ter recebido vários prémios em nome de ”Atchu Tchutcha”.

“Mas lembro-me também que ganhamos vários prémios com esta música. Lembro-me também que ‘Atchu tchutcha’, foi música do ano e música do carnaval 2014/2015 na Ilha Coração, música do ano nas ilhas Maurícias e foi também música do ano na África do Sul. Lembro-me também de ter ganho o maior prémio que angola já recebeu a nível de África junto a MTV Base. Foi a melhor colaboração Africana daquele ano. Concorreu a 5 categorias na MTV, uma das quais, Lusofonia. Segundo os organizadores, a música teria de vencer também o prémio em Angola para puder ganhar o prémio lusofonia, mas quem venceu neste ano também mereceu”, confessou.

O artista questionou ainda, por que razão em Angola não teve tanto reconhecimento, nem divulgação por parte da imprensa, ou o posicionamento da classe artística para defender os seus próprios direitos.

“Atchu tchutcha é minha música que mais toca no mundo todo, sendo assim é a que dá, a melhor receita financeira a nível de direitos do autor. Foi a primeira ou uma das primeiras músicas angolanas a atingir 13 milhões de visualizações no YouTube, uma das músicas angolanas mais ouvidas em toda África, a par da música ‘Windeck’ do nosso Cabo Snoop. As dicas da música existem a mais de 30 anos, está gravada e editada há 10 anos. Duas perguntas que não se calam dentro de mim, porquê a imprensa angolana nunca divulgou toda essa informação? Porquê a classe artística nunca lutou para defender o direito que é seu, defendendo a classe e não indivíduos?”, concluiu Yuri da Cunha.

Yuri da Cunha é natural do Sumbe, Cuanza Sul, começou a carreira após vencer um concurso de rua, em 1994, na sua cidade natal. Dez anos depois, ganhou destaque quando a sua música “Makumba” foi escolhida pelo público entre as dez mais tocadas na Rádio Nacional de Angola (RNA).


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