Cinco angolanos agredidos por agentes da Polícia portuguesa


Cinco cidadãos angolanos membros da mesma família, residentes no bairro da Jamaica, em Lisboa, foram agredidos, neste domingo (20) de Janeiro, por agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP).

De acordo com a Angop, as agressões ocorreram depois de os agentes da ordem terem sido alertados por uma desordem na região.

Trata-se de Fernando Coxi ( pai), Julieta Coxi (mãe) e mais três filhos.

Segundo o  presidente do Fórum de Jovens Angolanos em Portugal (FJAP), David Goubel, as declarações da PSP, segundo as quais foram chamados para acudir a uma rixa no local e recebidos, pelos moradores, com arremessos de pedra, não condiz com a verdade.

David Goubel, que falava à Angop, afirmou que no sábado realizou-se uma festa no bairro da Jamaica, sendo que no decorrer da mesma aconteceu uma briga entre duas mulheres, uma das quais chamou a polícia.

Chegados ao local, avançou o responsável, os agentes da PSP, após ouvir apenas uma das partes, tentaram deter o irmão da jovem angolana que esteve envolvida na briga com uma Santomense.

Devido a agressão a que o jovem estava a ser submetido, o pai tentou proteger o filho, gerando-se uma confusão que acabou com o envolvimento dos outros membros da família (esposa e filhas) na tentativa de pôr fim a situação.

A família Coxi é natural das Ingombotas , em Luanda, e vive em Portugal desde 1997, fixando residência no bairro da Jamaica desde 2007.

Uma equipa do Consulado-Geral de Angola em Lisboa chefiada pelo vice-cônsul para o Sector das Comunidades, Mário Silva, esteve no bairro da Jamaica, onde manteve contacto com os membros da família angolana agredida.

Deslocou-se também à esquadra policial de Cruz de Pau para contacto com as autoridades policiais, tendo sido recebido pelo comandante Ezequiel Fernandes, de quem recebeu informações de que Hortêncio Coxi, de 32 anos, envolvido da confusão, se encontra detido na esquadra.

Os envolvidos da agressão apresentaram uma queixa contra os agentes da PSP. A queixa foi hoje apresentada junto da esquadra de Cruz de Pau.

Hortêncio Coxi foi presente ao tribunal na manhã desta segunda-feira, 21.

Em comunicado enviado à comunicação social, a PSP garante que agiu em legítima defesa. “A PSP exerceu a sua autoridade e agiu em legítima defesa para manter a detenção e defender-se dos ataques violentos de que foi alvo e que não são mostrados no vídeo, porque quem enviou apenas o fez para prejudicar a polícia”, refere a PSP no comunicado.

A Policia de Segurança Pública abriu já um inquérito para apurar responsabilidades.

 


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