Crianças recolhem lixo para sobreviver no Lobito


Crianças que moram nas imediações da maior lixeira a céu aberto do município do Lobito, 30 quilómetros a Norte da cidade de Benguela, sobrevivem nos últimos dias com a venda de resíduos sólidos recolhidos no lugar apurou esta quarta-feira, a Angop.

A maioria desses “catadores” de lixo vive numa situação de pobreza extrema, em casebres construídos a poucos metros da maior lixeira a céu aberto a nível do Lobito, onde todos os dias lutam pela sua sobrevivência, recolhendo resíduos para serem vendidos em praças.

Exemplo disso, são as garrafas de plástico que, apesar de serem nocivos à saúde devido ao risco de contaminação, essas crianças, misturadas com adultos, apanham no lixo e vendem às senhoras, servindo como recipiente para kissângua (bebida caseira) comercializada na via pública.

O soba da zona, Estévão Soline, contactado pela Angop, afirmou que as populações recorrem ao lixo por ser a única forma de subsistência.

“Quase ninguém tem casa própria, até porque as rendas estão fora do alcance das suas possibilidades”, disse, sustentando que, em função disso, os populares são obrigados a construir casebres situados nas proximidades da lixeira.

A par desta realidade, há ainda o problema da falta de energia eléctrica na área, enquanto a água é abastecida de dois em dois dias por um camião cisterna. Cada bidão de 200 litros é vendido a 300 Kwanzas, segundo o ancião.


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