O septuagenário ganense El Anatsui venceu, sábado, o Leão de Ouro de Carreira na 56ª Exposição Internacional de Arte da Bienal de Veneza, que decorre até 22 de Novembro, pela originalidade do seu trabalho e visão artística.
O nome do artista, contemporâneo do angolano António Ole, curador e participante do Pavilhão de Angola na maior montra de artes do mundo, foi sugerido pelo curador-geral da exposição internacional, Okwui Enwezor, e aceite pelo Comité da Bienal de Veneza, presidido pelo italiano Paolo Baratta.
“Ele é hoje o artista africano mais importante e activo no continente e deu uma grande contribuição à afirmação dos artistas contemporâneos africanos na cena global”, disse à imprensa o nigeriano Okwui Enwezor, curador-geral da Bienal de Veneza.
Nascido em 1944, em Anyako, Gana, e a trabalhar desde 1975 na Universidade de Nsukka, na Nigéria, El Anatsui tem trabalhado como artista, mentor e professor, influenciando várias gerações de artistas na região oeste do continente africano.
Composto pela norte-americana Naomi Beckwith, a austríaca Sabine Breitwieser, o italiano Mario Codognato, o indiano Ranjit Hoskote e o sul-coreano Yongwoo Lee, o júri desta edição destacou o trabalho da norte-americana Adrian Piper denominado The Probable Trust Registry: The Rules of the Game.
Em termos de país, o Leão de Ouro foi entregue ao coletivo de artistas que trabalharam o tema da diáspora da Arménia.
Já o Leão de Prata para a jovem promessa foi entregue ao sul-coreano Im Heung-Soon.
O júri decidiu ainda atribuir três menções honrosas ao falecido alemão Harun Farocki, ao coletivo sírio Abounaddara, e ao argelino Massinissa Selmani.
Os Estados Unidos também receberam uma menção pela sua apresentação da obra de Joan Jonas ‘They Come to Us Without a Word’.
O prémio carreira, que já tinha sido anunciado, foi entregue ao ganês El Anatsui, enquanto o Leão de Ouro por Serviços às Artes foi entregue à norte-americana Susanne Ghez (USA), dois galardões concedidos depois de proposta do diretor Okwui Enwezor.
Angola conquistou, na sua primeira participação na última edição da bienal, em 2013, o Leão de Ouro, fruto de um conjunto de obras fotográficas de Edson Chagas. Participam na Bienal de Veneza um total de 89 países, entre os quais Angola, Portugal, Brasil e Moçambique,este último pela primeira vez. O pavilhão de Angola na Bienal de Veneza está localizado no Palazzo Pisani, em Campo Santo Stefano, e foi aberto pelo embaixador de Angola em Itália, Florêncio de Almeida.
A 56.ª exposição tem como curador geral é Okwui Enwezor e o tema ‘All the World’s Futures’ (‘Todos os futuros do mundo’, em tradução livre) e decorre até ao dia 22 de novembro.
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