O director do IFBA considera haver ainda um défice “muito grande” em matéria de ética por parte dos trabalhadores bancários, o que tem resultado também na perda de clientes.
Alguma falta de ética profissional dos funcionários tem estado, também, por detrás de assaltos a várias dependências de instituições bancárias no País, admitiu, nesta segunda-feira, em Luanda, o director-geral do Instituto de Formação Bancária de Angola (IFBA), Cruz dos Santos.
Falando a imprensa à margem do seminário sobre Desenvolvimento do Capital Humano, Formação e Produtividade, o responsável considerou existir, por isso, a necessidade de se “reduzir algum défice que ainda se nota entre os trabalhadores bancários, principalmente nos recém-admitidos, em questões ligadas, fundamentalmente, à ética” profissional.
Cruz dos Santos referiu que, na maior parte das vezes, “não se dá a importância devida a questões do fórum comportamental”, que considerou serem a porta de entrada dos bancos. “Há um défice ainda muito grande nesta vertente e noutras também. Muitas vezes, não damos a importância devida às questões do foro comportamental. Pensamos que não é importante, quando, afinal, muitas vezes são a porta de entrada do banco. É preciso que o cliente seja bem tratado. O cliente, ao expor alguma preocupação, deve vê-la completamente satisfeita e de forma clara”, referiu.
O responsável afirmou que a acção formativa, em que participaram cerca de 80 funcionários da banca e de outras instituições não bancárias, e que foi organizada em colaboração com o Instituto de Formação Bancária de Portugal (IFB-Portugal), marca o reinício da cooperação com a congénere portuguesa.
A cooperação entre as duas instituições, precisou, visa “revitalizar as estruturas de funcionamento” do Instituto de Formação Bancária de Angola, “tendo em conta um passado não muito bom que atravessou”.
Explicou que, durante algum tempo, o IFBA não acompanhou o desenvolvimento do sistema financeiro bancário. Sublinhou que o IFBA tem como principal objectivo fazer com que “os trabalhadores bancários possam estar dotados de conhecimentos que lhes permitam cumprir com as suas funções”. Para tal, acrescentou, é necessário que os monitores do instituto, “que são a peça fundamental para que haja formação”, estejam sempre actualizados.
“Esta actualização não se fez sentir no devido momento, daí a fase menos boa que atravessámos e que estamos agora a ultrapassar. A nossa aposta está em dar formação de tudo quanto é produto bancário ou serviço que surja no mercado. Estamos hoje a falar de branqueamento de capitais, a bolsa de valores está aí a sair, portanto pensamos dar o nosso contributo em tudo isto”, apontou o director-geral do IFBA.
Por sua vez, Reinaldo Figueira, director do Instituto de Formação Bancária de Portugal, que também fez parte do seminário, reforçou que, nos dias de hoje, “o que diferencia um banco do outro não são tanto os produtos, mas sim a qualidade do atendimento”.
Por:Expansao
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