Após o lançamento do smartphone Galaxy Note 7, a Samsung viu o mundo desmoronar aos poucos. Inicialmente, apareceram alguns relatos de produtos a explodir. A empresa fez um recall e deu novas unidades aos consumidores.
Daí para frente, a situação não melhorou. Algumas das novas unidades começaram a pegar fogo—isso aconteceu dentro de um avião, em uma situação extremamente preocupante, e até dentro de uma unidade do Burger King. Por fim, a empresa anunciou no início desta semana que está a cancelar o Note 7. O produto não será mais vendido ou fabricado.
“Para o benefício da segurança dos consumidores, paramos as vendas e trocas do Galaxy Note 7 e consequentemente, decidimos parar a produção”, afirma a Samsung em comunicado.
O fiasco do Note 7 deve custar 17 bilhões de dólares à empresa sul-coreana. Mas por que os smartphones estavam a explodir ou a entrar em combustão?
A explicação está na bateria. Produtos como smartphones usam baterias de íon de lítio como fonte de energia. Em seu interior, elas carregam um líquido altamente inflamável. De forma geral, baterias de qualquer fabricante trazem riscos que são, estatisticamente, muito baixos. A indústria continua a usar baterias de íon de lítio por conta de seu tamanho diminuto e por sua leveza.
“[Baterias de íon de lítio] são tão densas em energia e podem operar sob poder tão alto que podem entrar em combustão de um modo particularmente catastrófico”, falou a Forbes Donal Finegan, engenheiro químico da University College London.
Essa concentração de energia, pode causar explosões e combustões iniciadas por temperaturas muito altas. A causa dos problemas com a bateria do Note 7 ainda não foi completamente esclarecida.
Uma teoria, no entanto, afirma que a Samsung teria aumentado demais a densidade das baterias. Com isso, as baterias poderiam armazenar mais energia em um espaço reduzido—o impacto disso para um smartphone é óbvio: ele pode ficar menor ou mais fino e ainda assim carregar bastante energia.
Algus documentos obtidos pela Bloomberg afirmam que o Note 7 tem uma falha de fabricação. Os polos positivo e negativo estariam a entrar em contato um com o outro—algo que não deveria acontecer em uma situação normal. O resultado disso é um aumento de temperatura.
O aumento de temperatura combinado com a falta de possibilidade de dissipação desse calor, causa explosões e combustões. Ao atingir 100 graus Celsius, o material começa a estragar e uma reação em cadeia chega até a destruição completa. O químico Donal Finegan afirma que isso tudo acontece dentro de poucos segundos.
A Samsung, por sua vez, diz que precisa fazer mais testes e pesquisas para entender exatamente o que causou os problemas na bateria do Note 7. “Estamos a trabalhar com instituições reguladoras relevantes para investigar os recentes casos divulgados que envolvem o Galaxy Note 7”, escreveu a empresa em um comunicado publicado em seu site.