Presidente da Apple assume homossexual “ser gay é um dos maiores dons que Deus me deu”


Não era novidade pra ninguém, mas Tim Cook, presidente-executivo da Apple, se assumiu gay em artigo publicado no site da revista Bloomberg, nesta quinta-feira (30).

Tim Cook

Não se fala em outro assunto no meio da tecnologia nesta quinta-feira. Tim Cook, diretor-executivo da Apple, falou abertamente, pela primeira vez, sobre ser gay. A orientação sexual do executivo já era conhecida de seus colegas de trabalho na empresa e, informalmente, por grande parte da mídia especializada. Mas ele nunca havia feito uma declaração pública a respeito.

Em seu depoimento, ele descreve como sua sexualidade permitiu a ele ter uma perspectiva social única.

“Ser gay me possibilitou ter um compreensão profunda sobre o que significa fazer parte de uma minoria e me deu uma janela para perceber os desafios que as pessoas de outros grupos minoritários enfrentam todos os dias. Isso me tornou uma pessoa com mais empatia e tornou minha vida mais rica. Tem sido difícil e desconfortável em alguns momentos, mas também me deu confiança para ser eu mesmo, para seguir meu caminho e superar a adversidade e o fanatismo.”

O executivo diz que revelar publicamente sua orientação sexual não é uma escolha fácil, pois tem dedicado sua vida ao trabalho, mas que “parte do progresso social é a compreensão que uma pessoa não é definida apenas por sua sexualidade, raça ou gênero”. Cook diz que ele tem “sorte” por ser aceito em sua empresa, o que não ocorre com todo mundo. “Eu tenho orgulho de ser gay e considero ser gay um dos maiores dons que Deus me deu”, afirmou

No texto, o executivo cita o líder do movimento negro Martin Luther King (1929-1968) e o ex-senador norte-americano Robert F. Kennedy (1925-1968) como pessoas que dedicaram suas vidas a causas em prol de outras pessoas. E que ele ficava se perguntando o que poderia fazer pelos outros.

“Eu não me considero um ativista, mas eu percebo quando eu tenho me beneficiado do sacrifício de outros. Então se ouvir que o CEO da Apple é gay pode ajudar alguém lutando para chegar à ciência de quem ele ou ela são, ou trazer algum conforto a qualquer um que se sinta sozinho, ou inspirar as pessoas a insistir em sua igualdade, então vale a pena trocar isso pela minha privacidade”, escreve Tim Cook.

“Eu não pretendo que o que eu escrevi me coloque na liga deles [de Martin Luther King e Robert F. Kennedy]”, brinca Cook, fazendo menção aos dois líderes norte-americanos assassinados. “Eu estou a fazer a minha parte, ainda que pequena, para ajudar os outros. “Nós pavimentamos o caminho iluminado pelo sol em busca de justiça juntos, tijolo por tijolo. Esse é o meu tijolo.”

Em 24 de agosto de 2011, Steve Jobs renunciou ao cargo de diretor-executivo da Apple por motivo de saúde, recomendando ao conselho diretor que Tim Cook ficasse em seu lugar. Ele assumiu o cargo, sendo logo depois aclamado pela revista LGBT “Out” como o número um na 5ª lista anual dos gays mais influentes dos EUA. Cook voltou a aparecer na lista da publicação desde então.

A própria Apple tem um longo histórico de celebração da diversidade e igualdade, tendo inclusive participado com Tim Cook da Parada do Orgulho LGBT de São Francisco, no início do ano.

Cook, que jamais negou sua homossexualidade, optou por sair do armário fazendo uma espécie de manifesto por escrito ao site “Bloomberg BusinessWeek”, tornando-se um dos gays mais proeminentes do mundo corporativo.

 


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