O Presidente da República aprovou, no âmbito das suas competências, o contrato comercial de construção, lançamento e colocação em órbita do satélite de observação da terra, abreviadamente designado por ANGOSAT-3.
A informação está inserida no Diário da República, I Série, de 8 de Maio de 2019, em que um Despacho do Presidente da República autoriza o Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação angolano a assinar o contrato, assim como “toda a documentação relacionada com o projecto em nome e em representação de Angola”.
No preâmbulo do despacho presidencial é escrito que o Angosat-3 surge no quadro da “Estratégia Espacial da República de Angola 2016-2025” e da “importância vital da utilização do espaço para fins pacíficos” para o desenvolvimento socioeconómico e o posicionamento estratégico de Angola.
“A utilização do espaço contribui de forma transversal para o desenvolvimento dos setores produtivos e não produtivos que permite uma gestão eficiente dos recursos minerais, navegação marítima e aérea, bem como para um melhor planeamento territorial, controlo e defesa das zonas transfronteiriças”, argumenta-se no documento.
O contrato avaliado em 179 milhões de dólares já foi assinado com a empresa Airbus, em França (o grande consorcio aeroespacial europeu). Segundo o jornal O País, o tempo de vida útil do ANGOSAT- 3 é de 10 anos e o seu manuseio será assegurado pelo centro da Funda (arredores de Luanda) com a participação de quadros angolanos.
O novo satélite começou a ser construído em 24 de abril do 2018 pela empresa francesa Airbus, construtora que acolheu cerca de seis dezenas de técnicos angolanos, enquadrados em equipas permanentes, para acompanhar o projeto.
Em 11 de fevereiro deste ano, o ministro das Telecomunicações e Tecnologias da Informação de Angola, José Carvalho da Rocha, afirmou que o Angosat-2, em construção em França, estará operacional em 2021 e custará 320 milhões de dólares (280 milhões de euros).
O primeiro satélite angolano, um investimento de cerca de 270 milhões de euros, foi projetado para sair para órbita a partir de Baikonur, no Cazaquistão, numa operação coordenada pela Roscosmos, a agência espacial russa e foi lançado para o espaço em 26 de dezembro de 2017.
Contudo, assim que entrou em órbita, houve uma pausa nos contactos com o satélite. Inicialmente, ainda se conseguiu recuperar as comunicações, que, pouco depois, seriam perdidas novamente até ao presente.