Marca Pelcor do angolano Rui Tati investe no comércio eletrónico chinês


Após adiar a estratégia de abertura de lojas próprias, o novo dono da Pelcor, o angolano Rui Tati, quer fazer crescer a marca de artigos em cortiça com a associação a um estilo de vida ecológico, apostando no desenvolvimento de novos produtos e no comércio eletrónico, mantendo apenas distribuidores em países como Angola, Croácia, Alemanha e Suíça.

A entrada nas plataformas chinesas de comércio eletrónico Tmall e JD, ainda sem data marcada, será feita com artigos da linha de acessórios tecnológicos, como capas para telemóvel e computadores portáteis. Este é o grande salto que Rui Tati, que tem 100% da Pelcor desde 2016, espera dar na internacionalização.

“O comércio a nível internacional tem estado a mudar. A nossa grande aposta é em torno do comércio eletrónico, que é o negócio do futuro. Não digo que seja o mais confortável, mas é o menos arriscado”, refere Rui Tati, que em dezembro de 2014 comprou 40% da Pelcor, adquirindo os restantes 60% em 2016.

A entrada na Amazon é a próxima hipótese. O presidente e acionista único da Pelcor revela que nos últimos dois anos investiu €1,5 milhões entre a dinamização do negócio na internet e a revitalização da marca. “Temos estado a desenvolver novas linhas e a revitalizar passivos e tudo isso tem os seus custos”, explicou o empresario, escusando-se a comentar a situação financeira da empresa anteriormente liderada por Sandra Correia.

“Entro para dar algum oxigénio como investidor, tentámos a expansão para outros mercados, com a presença em Nova Iorque numa loja multimarcas no Soho. Tínhamos já tentado lançar a nossa presença na China, com uma entidade chinesa, mas isto correu menos bem. As falhas nos mercados americano e asiático tiveram que ver com o facto de as linhas e o estilo escolhidos não terem sido os mais adequados às necessidades dos consumidores”, sustenta, piloto de aviação de formação, com um percurso nos negócios em Angola, na Coca-Cola, Heineken e Amstel.

O responsável desta empresa que se dedica à criação e comercialização de artigos em pele ou aglomerado de cortiça considera que para ter sucesso não basta só que o artigo seja em cortiça.

“As pessoas quando vão em busca de um produto olham para o design e para estilo da peça ou do acessório. O factor amigo do ambiente ainda é muito reduzido em termos de decisão de compra”, argumenta.

“O veículo mais apropriado para o consumidor perceber e conhecer o valor da cortiça é permitir que qualquer pessoa que entre na loja encontre alguma coisa para levar”, explica.

A Home by Pelcor de artigos para o lar e a Corky by Pelcor de produtos para animais são as submarcas recém-lançadas para atingir esse objetivo. Acessórios para eletrónica, como capas para telemóveis e para computadores, calçado e uma linha para homem são outros dos caminhos seguidos pela marca para fazer parte do dia a dia dos consumidores.

A linha de acessórios e malas em cortiça continua, no entanto, a ser a base da Pelcor. É também neste segmento que a marca tem vindo a apostar no design e tendências, desenvolvendo uma coleção que mistura a pele de cortiça com tecidos africanos. Rui Tati nega que isso tenha a ver com uma eventual ‘angolanização’, tendo em conta o novo acionista.

“Lançámos a linha afro dentro de um projeto de ter várias coleções-cápsula, entre o continente africano e o asiático, tentando criar esta proximidade com o nosso consumidor final, associando a nossa matéria-prima às origens desses clientes”, explica. Rui Tati escusa-se a revelar a faturação da empresa que dirige, avançando apenas que as vendas estão a crescer entre 15% a 25%.

Em relação à matéria-prima, garante que o preço nos mercados internacionais, bem como as quantidades disponíveis para venda, não põem em causa o plano de negócio e o aumento da produção com as novas submarcas.


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