Com esta estória do “distanciamento físico e social” que a esquindiva da Covid nos obriga com ela, a moda agora é “reuniões virtuais em plataformas digitais”. Já ninguém anda atrás de ninguém para reunir: faz no Zoom, streamline, live e mais alguns nomes que há pouco mais de um ano ninguém conhecia ou ligava nenhuma e — já está! Quando se assustam, a malta está a reunir. Até a sacrossanta Assembleia Geral das Nações Unidas, pela primeira vez na sua história, foi feita desta forma: cada Chefe de Estado “ficou mbora” na casa dele. Reuniu os seus ministros e secretários, “se apontaram” umas câmaras à maneira, ligaram-se a um monitor de televisão e assim fizeram a reunião que simboliza o maior evento da diplomacia mundial.
Nos ministérios e altos gabinetes a mesma coisa: ninguém mais sai do seu gabinete para os encontros e reuniões de trabalho. Cada um liga o computador às tais plataformas digitais e, sem fazer nada mais que um clique, conecta-se e reúne-se como se todos estivessem na mesma sala. Ou melhor, pensando bem, até estão mesmo na mesma sala. Só que digital. A sala da reunião é virtual e a reunião ganhou um nome chique: videoconferência.
Há uns bons meses que venho cobiçando um “baita” desses sistemas de videoconferência na sala de reuniões de uma ministra minha kamba. Sentada na sua cadeira, a ministra fala para Genebra, para Nova Iorque, para as províncias, organiza projectos e programas, dá as suas orientações e, para o meu espanto, muitas vezes dá as instruções a subordinados nas províncias, que se comunicam com ela a partir dos seus telefones.
Já a vi numa ocasião a pedir que lhe enviassem um vídeo de uma situação que lhe tinha despertado a atenção e a recebê-lo em menos de dez minutos.
O vídeo foi feito naquele mesmo momento pelo técnico, usando o seu telemóvel. A reunião continuou depois com a ministra a falar da situação como se a tivesse visto. E viu de facto, através daquela tecnologia. Admirado, perguntei como tinham obtido o equipamento, dos mais sofisticados que tinha visto, e disseram-me que tinha sido uma oferta da gigante de tecnologia Huawei, como contribuição para o combate à pandemia que assola o mundo inteiro e Angola também.
Lembrei-me disso quando vi há dias num noticiário que a mesma companhia doara um equipamento de videoconferência inteligente à Primeira Dama e se comprometeu, através de um termo de cooperação, a implementar um plano de formação em TIC que incluirá temas como 5G e progresso da indústria, redes de comunicação de dados e tendências de desenvolvimento, computação na nuvem, conceitos básicos de tecnologia, inteligência artificial, entre outros. No período 2021-2022, a Huawei ministrará mil horas de cursos introdutórios às TIC´s e 6 mil horas de Formação para Certificação em Soluções Huawei. Os programas estão direccionados a jovens identificados no âmbito dos programas do Gabinete da Primeira Dama.
Conhecendo um pouco a Primeira Dama e a forma como trabalha – não é por acaso que foi a ministra do Planeamento que serviu mais tempo e membro do Board do Banco Mundial – estou mesmo a ver a tremenda mais valia que o equipamento doado constituirá para ela e para as suas assistentes. Estou mesmo a vê-la a retomar a liderança que exercia na iniciativa do Fórum das Primeiras Damas Africanas na luta contra a transmissão vertical da transmissão de VIH de mãe para filhos durante a gravidez. Esse programa, entre nós conhecido como “Nascer Livre para Brilhar”, e que estava já a dar frutos bastante promissores, foi brutalmente truncado pela pandemia da Covid-19 e a incapacidade de toda a gente, ela incluída, de realizar as viagens de acompanhamento e avaliação que tão bem fazia às províncias.
Também já a estou a ver, por via desse sistema, a retomar as reuniões de coordenação com as esposas dos Governadores Provinciais que coordenam o projecto nas respectivas províncias. Atrevo-me a dizer que, com esta oferta, a Huawei pode ter dado um impulso importante ao renascimento da que eu considero uma das maiores iniciativas humanitárias do mandato do Presidente João Lourenço.
Uma outra oportunidade importante que a Huawei facilita é a formação de jovens em soluções de inteligência artificial e o aumento da sua fluência no domínio de tecnologias digitais de ponta. Aí, mais uma vez, vejo um toque da visão da Primeira Dama. É que, essa fluência, hoje por hoje, não só nos protege da contaminação do coronavírus, como constitui um tremendo meio de poupanças num contexto de muito poucos recursos financeiros.
Com a popularização das reuniões e encontros digitais, poder-se-á realizar reuniões nacionais, conselhos consultivos e até congressos sem os grandes custos em transporte, alojamento e alimentação a que estamos habituados. E a quantidade das presenças será maximizada – ninguém poderá dizer que não veio por causa dos transtornos de viagem – e a qualidade também, já que cada um poderá assistir ao evento a partir do conforto da residência ou escritório.
Confesso que fiquei com inveja da oferta que a minha kamba ministra e a Primeira Dama receberam da Huawei. Um dos meus sonhos é ter um sistema desses para as minhas “kavuanzas” profissionais com os kambas que trabalham comigo um pouco por este mundo que Deus criou. Por isso o título dessa crónica: Ninguém me oferece só um
mambo desses também? Sonhar não custa dinheiro, só sono…