Pintor russo prendeu os testículos ao chão da Praça Vermelha, em Moscovo, em protesto contra o Kremlin.
O pintor russo Piotr Pavlenski foi hospitalizado hoje após cravar os seus testículos com um martelo entre os paralelepípedos da Praça Vermelha em Moscovo, num protesto que coincidiu com a celebração na Rússia do Dia da Polícia.
Completamente nu e com suas partes íntimas presa entre as pedras, Pavlenski ficou ao longo de mais de uma hora a olhar os seus testículos numa ação descrita como “metáfora da apatia, da indiferença política e do fatalismo da atual sociedade russa”. Segundo o artista, o Kremlin está a “converter as pessoas em estátuas que esperam resignadas o seu destino”.
Noventa minutos depois do início do protesto, Pavlenski foi levado para um hospital na capital russa, tendo uma fonte das forças de segurança adiantado à agência de notícias oficial RIA-Nóvosti que após receber tratamento será detido pela polícia.
As autoridades classificaram a ação do pintor como algo “normal para um doente mental”. Pavlenski, por sua vez, disse que o poder dominante “converteu o país num grande carcel” e que a Rússia é hoje um “estado policial”.
Não é a primeira vez que o artista de São Petersburgo, a segunda maior cidade da Rússia, provoca danos em si mesmo para expressar o seu protesto contra o Governo do presidente russo, Vladimir Putin.
A 3 de maio ficou completamente nú e enrolou-se em arame farpado frente ao Parlamento de São Petersburgo, num movimento que chamou de “Corpo” e que simbolizava “a existência humana num ambiente de repressão legal, quando o menor movimento provoca uma duríssima reação do sistema, que se crava no corpo do indivíduo”.
Em junho do ano passado, Pavlenski costurou a sua boca numa ação de apoio ao grupo de punk feminino Pussy Riot, em que duas das artistas estão presas por cantar contra Putin no principal templo da Igreja Ortodoxa Russa.
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