Um cidadão, sobrinho de uma das vítimas carbonizadas no acidente do dia 24 de Agosto, ocorrido na localidade da Mateta, arredores da cidade do Lubango, que deixa seis filho e viúvo contou que o seu tio esposo da falecida, tinha sido dispensado para realizar o funeral da esposa, dentro dos marcos legais. Porém, por conta da demora que se regista para o desfecho do ocorrido, este período ficou vencido e o senhor viu-se obrigado a voltar a trabalhar mesmo sem ter ainda enterrado a esposa.
Agostinho Manuel contou ao jornal O País que o tio é obrigado a trabalhar para não perder o emprego, já que agora terá de sustentar os seis filhos sozinho.
“Estamos a passar mesmo mal, no princípio as famílias estavam reunidas, tínhamos feito contribuições, como é tradicional nos óbitos, disseram-nos que os funerais seriam feitos num único dia, quando mais tarde vieram dizer que seriam feitos depois de 15 dias. Estes dias se passaram, mas as famílias que vivem por perto estão sempre lá na casa do óbito, porque não se pode deixar o viúvo sozinho. Ele sai de casa com lágrimas para ir ao trabalho só para não perder o emprego. O que peço é que acelerem o processo, para pelo menos minimizar a dor”, defende.
O atraso deve-se a falta de resultados dos testes de ADN que impede a realização dos funerais das vítimas carbonizadas no acidente, e familiares pedem esclarecimentos. Os 10 familiares das vítimas mostram- se agastados com a morosidade na entrega dos resultados dos testes de ADN, para efeito de identificação.
Importa realçar que o acidente em questão é fruto de uma colisão entre duas viaturas, sendo uma pesada e outra ligeira, que circulavam nos dois sentidos da via, tendo igualmente resultado na carbonização total da viatura de marca Toyota Hiace, em que seguiam viagem 18 pessoas.