Indiferente ao caos que se instaurou na Ucrânia, Virgilio dos Santos, estudante angolano no país que pertencia a ex União Soviética, terminou o seu mestrado na especialidade de “Sistemas de Computadores e Rede” na Universidade Nacional Ucraniana do Leste Vladmir Dalia Lugansk, com diploma de menção honrosa (Diploma Vermelho).
A caminhada é longa, muitos começam, mas nem todos terminam, principalmente quando se estuda num país que está a enfrentar um difícil período, como é o caso da Ucrânia. Mas o mau período que vive a Ucrânia, não foi motivo para impedir com que o jovem estudante angolano Virgílio Mateus João dos Santos, natural de Malanje, terminasse com Menção Honrosa (Diploma Vermelho), o seu mestrado em “Sistemas de Computadores e Rede”. Em conversa com à AngoRussia, Virgílio que terminou a sua licenciatura pela Universidade Técnica Estatal de Donbas na especialidade de “Engenharia de Computacão” no mesmo país, falou do momento único que está a viver depois de ser honrado com o tão cobiçado “canudo vermelho”, seus métodos de estudos, e deixou conselhos aos novos estudantes.
AngoRussia: Como caracteriza a sua passagem pela Ucrânia?
Virgilio dos Santos: Bem! Tenho a certeza que foi um período da minha vida em que ultrapassei várias vicissitudes na graça de Deus. Aprendi muito sobre a vida, fiz grandes amizades, conheci outras culturas neste caso a cultura Ucraniana e Russa. Caracterizo o sistema de ensino Ucraniano de grande relevância em comparação com o de Angola. Num processo de ensino e aprendizagem em que existe um verdadeiro intercâmbio entre educador e o educando tudo na humildade, profissionalismo e com muito respeito.
Em poucas palavras posso assim falar que foi um benção de Deus passar na Ucrânia.
AR: Qual é o segredo para se ter sucesso como estudante?
V.S: Sem ter medo de errar não existe nenhum segredo para o estudo. Dizia o meu falecido professor Rui Malamba no ICRA-Malanje que ˝nem tudo que é importante é necessário˝ nem tudo que é necessário é importante. O sucesso só se alcança com dedicação, empenho, gestão e organização da própria vida académica. Olha sem sombra de dúvidas muitos falavam que estava a levar uma vida de senhor não de jovem, porque a minha vida se só resumia em “casa/universidade” e vice-versa. Tendo em conta que me encontrava no num sistema de ensino muito diferente de Angola, que se precisava muita paciência e dedicação na tradução do material do russo para o português, os meus objectivos estavam bem traçados. Na Ucrânia o processo de ensino é muito abrangente com relação o de Angola, em que o engenheiro em ciências de computação não só estuda as disciplinas nucleares como: Matemática, Programação, Discreta matemática, Redes de computadores, Redes neuronais, Informática, Teória de Circuitos aplicados, também se estuda outras disciplinas como: Filosofia, sociologia, psicologia, religião, geografia, segurança do trabalho, direito, pedagogia, económia, gestão, ética, etc.
AR: Qual é o conselho que deixas para os novos estudantes?
V.S: O grande conselho que eu deixo aos meus queridos colegas e amigos é que trabalhem. Lembrem-se que oportunidade só aparece uma vez na vida, e tem de ser bem aproveitada. Que sejem mais sinceros consigo mesmo. Porque Angola faz-se com pessoas formadas e qualificadas.
AR: Achas que existe uma fórmula própria para terminar com Menção Honrosa (Diploma Vermelho)?
V.S: Sim! Trabalho, trabalho e muita dedicação…
AR: O que hoje significa para si ter um Diploma vermelho?
V.S: Para min ter um diploma vermelho é uma honra. Porque são muitos os estudantes cá na Ucrânia que sonham em terminarem com “Excelência” diploma vermelho. Em contra partida a grande dificuldade é o factor língua e a adaptação no sistema de ensino aprendizagem, que foi durante os 4 ou 5 anos de formação universitária.
AR: Achas que o DV lhe vai ajudar de algum modo na busca do primeiro emprego?
V.S: Tenho a certeza, e estou confiante que vai ajudar na busca do primeiro emprego. Visto que, durante os 6 anos de formação académica na Ucrânia ainda não fui para Angola.