“Quando vejo uma criança órfã revivo as dores de parto”- Madalena Cátue


Madalena Cátue é uma senhora angolana de 63 anos de idade que mesmo não tendo todas condições necessárias acolhe em sua casa 40 crianças órfãs e sem abrigo, dando-lhes amor, educação e tornando-as em pessoas de fé.

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Várias são os órfãos e desabrigados que se encontram em diferentes áreas da província de Luanda e não só. Por esta razão, a “Mamã  Madalena” como é carinhosamente chamada pelos 40 filhos de criação, acolhe desde 2001 crianças que por algum motivo ficaram sem família e sem ter onde morar.

Numa entrevista exclusiva ao AngoRussia, Madalena contou que sempre sentiu-se tocada ao deparar-se com crianças em situações  desfavorecidas e que quando vê-se diante de um órfão revive as dores de parto, pois imagina a hipótese de que poderiam ser os seus filhos biológicos a passar por tal situação dolorosa.

“Sinto-me sempre tocada quando vejo as pessoas em situações difíceis e desfavorecidas, quando estou diante de um órfão o meu coração aperta e revivo as dores de parto. Penso que poderiam ser os meus filhos biológicos a estar nessa situação e não consigo não ajudar”.

Sem condições financeiras mas com muito amor e vontade de ajudar decidiu fundar em sua casa situada no Cazenga o lar “Mamã Madalena”, no dia 15 de Maio de 2001. Com o propósito de acolher  e amar as crianças dispersas em Luanda por motivos de guerra, concretizou o sonho que teve desde muito nova.

Mamã Madalena contou que apesar de na altura viver em condições precárias, abriu as portas de sua casa para 6 crianças inicialmente e que desde então as portas não mais se fecharam, sendo hoje mãe de 40 crianças.

Com a ajuda das suas filhas biológicas educa, ama, e ensina todas crianças a serem pessoas melhores na sociedade e a nunca perderem a fé porque nela se deve buscar a esperança de um futuro melhor.

“Fundei o lar no dia 15 de Maio de 2001 mesmo vivendo em condições difíceis, realizei então um sonho que tinha desde muito pequena, com o propósito de ajudar as crianças  dispersas por motivos de guerra, acolhi inicialmente 6 crianças e hoje com a ajuda das minhas filhas biológicas cuido de 40 crianças. As portas do lar e do meu coração estão sempre abertas para novos filhos. Ensino os meus filhos a nunca perderem a fé, pois nela devemos buscar a esperança de um futuro melhor”.

Madalena não deixou de frisar que para o sustento, educação e bem-estar de todos tem recebido a ajuda do governo no que diz respeito a formação e assistência médica, e de outras pessoas de bom coração no que diz respeito a alimentação, vestuário, e utensílios domésticos.


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