O impacto da liamba no cérebro pode ser particularmente prejudicial para o desenvolvimento cognitivo dos jovens e prejudicar a função cognitiva de um adulto, aponta a revisão de uma pesquisa, publicada na revista Addiction recentemente. Com o estudo foi possível descobrir que o impacto da substância pode durar muito além do efeito inicial, especialmente para adolescentes.
Entretanto, a medida que alguns países se movem para legalizar o uso da liamba, como é o caso dos Estados Unidos, os efeitos entorpecentes estereotipados do referido estupefaciente se tornaram ultrapassados e muitas vezes substituídos por uma forma aceitável de socializar, relaxar e dormir melhor, de acordo alertam os pesquisadores.
No entanto, enquanto a sociedade pode ter esquecido o impacto que a liamba pode ter no cérebro, a ciência não deixou de se dedicar a essa investigação.
“O nosso estudo permitiu-nos destacar várias áreas de cognição prejudicadas pelo uso de cannabis, incluindo problemas de concentração e dificuldades de lembrar e aprender, que podem ter um impacto considerável na vida diária dos usuários. O uso de ‘liamba’ na juventude pode, consequentemente, levar a um menor desempenho educacional e, em adultos, a um mau desempenho no trabalho e direção perigosa. Essas consequências podem ser piores em usuários regulares e intensos”, disse o coautor Alexandre Dumais, professor clínico associado de psiquiatria na Universidade de Montreal.
O impacto do cannabis no cérebro pode ser particularmente prejudicial para o desenvolvimento cognitivo dos jovens, cujos cérebros ainda estão a se desenvolver, disse a pesquisadora Megan Moreno, professora de pediatria da Escola de Medicina e Saúde Pública da Universidade de Wisconsin, que não participou do estudo.
“Este estudo fornece fortes evidências dos efeitos cognitivos negativos do uso de cannabis e deve ser considerado uma evidência crítica para priorizar a prevenção do uso de cannabis na juventude. Os pais devem estar cientes que os adolescentes que usam cannabis correm o risco de danificar o seu órgão mais importante, o cérebro”, alerta Megan.