Unicef divulga identidade do primeiro paciente a contrair ébola em África


O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) declarou nesta semana ter identificado o primeiro paciente a contrair ebola e depois dar início à epidemia no mundo. O “paciente zero” chama-se Emile Ouamouno, um menino de apenas dois anos que faleceu em dezembro passado na pequena aldeia de Guéckédou, no sudeste da Guiné.

O estudo, publicado na revista New England Journal of Medicine, buscou traçar desde o início o rastro do surto, que já matou mais de 4,9 mil pessoas em todo o planeta.

Em um vídeo produzido pela Unicef, o pai do menino, Etienne Ouamouno, disse que seu filho Emile “gostava de ouvir rádio” e “brincar com uma bola”. Sua morte foi seguida pela de sua irmã mais velha e, em seguida, por outros moradores da aldeia. Mas foi somente em março deste ano que a propagação do vírus chamou a atenção da Organização Mundial de Saúde (OMS).

No espaço de quatro meses após a morte de Emile, sua aldeia já havia enterrado um total de 14 pessoas. Mas a agonia ainda não acabou para aqueles que sobreviveram, já que Guéckédou foi condenada ao ostracismo por vilas e cidades próximas. Moradores ficaram presos em um ciclo vicioso de isolamento e mais pobreza. A localidade, no entanto, não registra novos casos de ebola desde abril.

Amadou Kamano, o chefe da aldeia, disse que os moradores não conseguem vender seus produtos cultivados em toda a região por medo. Algumas pessoas chegaram a tomar medidas desesperadas para tentar se proteger em meio ao epicentro da epidemia.

– As pessoas queimaram tudo. Agora estamos ainda mais pobres do que estávamos antes – lamentou.

Guéckédou fica praticamente na divisa entre Guiné, Libéria e Serra Leoa, permitindo que a doença tenha fácil acesso a esses países, os mais afetados pelo ebola em todo o mundo.

Confira aqui o vídeo do Unicef, em inglês:

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