Trabalhadores da petrolífera americana Halliburton em Luanda continuam em greve


Os trabalhadores da petrolífera norte-americana Halliburton, em Luanda, decidiram nesta sexta-feira (3) de Janeiro, manter a greve, que dura há mais de duas semanas, exigindo reajuste do salário em dólar ao câmbio do banco central, recusando a actualização de 23% ao salário base.

A informação foi transmitida hoje pelo presidente do conselho nacional do Sindicato das Indústrias Petroquímicas e Metalúrgicas de Angola (Sipeqma), João Ernesto Pedro, afirmando que a decisão foi deliberada em assembleia-geral de trabalhadores.

“A greve continua, está de pé, porque, se por um lado o sindicato tem responsabilidades com a empresa, com o Estado e a sociedade, também não deixa ser importante termos responsabilidade com os nossos filiados”, afirmou João Ernesto Pedro à Lusa.

Para o sindicalista, se houvesse meio-termo entre as partes o levantamento ou suspensão da greve “seria imediato”, mas, observou, “quando os trabalhadores, na presença dos patrões, entendem que as coisas estavam longe das expectativas, o sindicato respeita”.

Mais de 500 trabalhadores da petrolífera americana Halliburton, prestadora de serviços às empresas do setor que operam em Angola, estão em greve por “tempo indeterminado”, em protesto contra salários não atualizados ao câmbio do Banco Nacional de Angola (BNA).

O Governo angolano pediu, na quinta-feira, à administração da Halliburton para que esteja disponível para dialogar com os trabalhadores para ultrapassar a greve.

Um comunicado do Ministério dos Recursos Minerais e Petróleos referiu que o encontro juntou o ministro do setor, Diamantino Pedro Azevedo, o ministro da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, Jesus Maiato, e o vice-presidente da petrolífera americana Halliburton para o hemisfério leste, Joe Rainey.

Segundo o sindicalista, na sequência deste encontro, a direção da petrolífera reuniu-se na noite de quinta-feira com o Sipeqma e trabalhadores e propôs apenas atualizar os salários dos funcionários em 23%, “pretensão não aceite e reprovada hoje em assembleia-geral”.

“Estamos a negociar ou a brincar às escondidas? Nós, o sindicato e trabalhadores, não estamos a pedir aumento ou percentagem ao seu salário, o que estamos a pedir é reajuste do salário ao câmbio do BNA, mas para a direção da empresa é um bicho-de-sete-cabeças”, atirou.

E o sindicalista acrescentou: “Parece-nos que a Halliburton também é um país, desde o início que nos disse que não cumpria leis de Angola, agora diz simplesmente que não paga, que vocês têm de levantar a greve”.

“Porque se for a pagar vai ter grandes gastos e insisto em dizer que musculado não se vai a lado nenhum, porque se ela (a empresa) diz que não tem para dar, também pode decretar falência”, rematou João Pedro Ernesto.

Lusa


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