A Associação de Taxistas de Luanda (ATL) vai esperar mais uma semana pela resposta do governo da capital angolana às reivindicações destes profissionais, que na segunda-feira promoveram uma greve que terminou com detenções e destruição.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da ATL, Manuel Faustino, disse que inicialmente tinha sido dado às autoridades o prazo de cinco dias, a contar da data do incidente, na segunda-feira, mas o documento com as reivindicações só terá sido entregue na quarta-feira.
Manuel Faustino, que admite o “erro de má interpretação” da parte da associação, disse que, seguindo os trâmites processuais – entrega do documento, receção e análise do mesmo – com o fim de semana pelo meio, apenas na segunda-feira o governador de Luanda deverá proceder à apreciação das reclamações.
“Já fizemos um apelo de alteração, aos órgãos de comunicação social, bem como no documento que entregámos ao governo, que significa que a partir de segunda-feira, temos de dar tempo para a apreciação do documento e como damos cinco dias, vamos fazer as contas de segunda a sexta-feira próxima”, disse Manuel Faustino.
O presidente da ATL garantiu que os associados estão ao corrente da alteração de prazos, pelo que, situação igual à ocorrida segunda-feira, não deverá acontecer.
“Nós já fizemos um apelo na rádio Luanda, que só é possível ter a resposta na próxima sexta-feira, preferimos dar margem de tempo para não haver transtornos”, frisou.
Na segunda-feira, a capital angolana foi surpreendida com a realização de uma greve parcial de taxistas, que reclamam entre outras situações a necessidade da subida das tarifas, inalteradas apesar de sucessivos aumentos dos combustíveis, bem como o fim da aplicação de multas arbitrárias pela polícia.
Algumas cenas de vandalismo, como agressões e a quebra de vidros de várias viaturas, de colegas que não aderiram ao protesto, bem como de transporte públicos e privados de transporte de passageiros, foram protagonizadas por alguns taxistas.
A polícia, chamada a intervir, procedeu à detenção de mais de uma centena e meia de pessoas, submetidas a julgamento sumário, tendo a maioria sido absolvida por falta de provas.
AR/Lusa