A Associação de Taxistas de Luanda (ATL) estabeleceu a partir de hoje o preço máximo de 200 kwanzas (1,3 euros) na corrida do candongueiro (táxi informal), face à recente subida da tarifa do combustível em Angola.
A decisão, segundo o presidente da ATL, Manuel Faustino, saiu hoje da última de quatro reuniões realizadas desde a subida dos preços dos combustíveis no dia 01 de janeiro.
Em declarações à imprensa, Manuel Faustino referiu que a atividade de táxi está inserida dentro dos preços livres de mercado, daí a decisão de se ter encontrado o teto máximo de 200 kwanzas, contra os 100 kwanzas (67 cêntimos de euros) cobrados anteriormente.
“É o que nós achamos. Agora não sei como será a resposta das autoridades, mas pensamos que estamos dentro de uma política de mercado livre”, disse Manuel Faustino, lembrando que outras atividades idênticas gozam desse benefício.
“Por exemplo, os outros táxis personalizados estão inseridos livremente, ninguém coordena, ninguém controla e não pode ser o contrário connosco”, defendeu.
O responsável lamentou que não tenha havido nenhum contacto oficial com a associação a informar sobre a subida dos preços, no sentido de chegarem a acordo quanto ao reajuste do preço da sua atividade.
Desde o dia 01 de janeiro, Angola regista o quarto aumento de preços dos combustíveis em menos de dois anos, com o litro do gasóleo a passar a custar 135 kwanzas face aos anteriores 90 kwanzas (de 61 para 91 cêntimos de euros).
Em simultâneo, o preço da gasolina – que está em regime de preço livre – passa a custar 160 kwanzas, contra os anteriores 115 kwanzas (de 78 cêntimos para um euro).
Questionado se acredita que o preço encontrado será respeitado pelos associados, Manuel Faustino disse que sim, salientando que representantes dos vários municípios que participaram na reunião vão passar a mensagem para que a decisão prevaleça.
“Penso que seria demais estarmos sempre a negociar, porque nós estamos há seis anos sem subirmos a nossa tarifa, se tivermos em conta que foi em 2010 foi estabelecida a tarifa de 100 kwanzas”, referiu o presidente da ATL, com mais de 4.000 associados atualmente.
De acordo com Manuel Faustino, além dos vários aumentos do preço dos combustíveis nestes seis anos, o “mercado evoluiu muito” neste período.
“Só estamos a falar do combustível, mas esquecemos que o câmbio subiu estrondosamente de 100 kwanzas o dólar para cerca de 300 kwanzas o dólar. Determinados materiais que comprávamos a 10 mil kwanzas, que era equivalente a 100 dólares, hoje estamos a comprar entre 30 e 35 mil kwanzas”, frisou.
“Por isso pensamos que o Governo deve agora também mostrar o seu bom senso para a não destruir essa classe que tem sido muito válida para a população”, disse Manuel Faustino, salientando que vão dar a conhecer a posição da associação ao Estado.
Afirmou que “desta vez não é para pedir autorização”, negada noutras vezes.
“Nós é que não vamos passar a humilhação de termos que ir outra vez solicitar àqueles que nos têm dado costas”, disse Manuel Faustino, salientando que será apenas dada a conhecer a decisão dos associados.
AR/Lusa