O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, declarou neste sábado (4), três dias de luto nacional após o massacre da última quinta-feira na Universidade de Garissa, no qual morreram 148 pessoas, e pediu aos cidadãos que permaneçam unidos.
Em discurso, o primeiro desde o fim da operação no campus universitário, Kenyatta condenou o ataque e prometeu ‘fazer todo o possível para defender nosso estilo de vida’.
O presidente queniano garantiu que as forças de segurança estão empenhadas em deter o cérebro do ataque, Mohammed Kuno, identificado como o líder de Al Shabab na região somali de Juba, que faz fronteira com as zonas mais atingidas pelos ataques do grupo islamita.
Neste sábado, familiares de estudantes se concentraram no Estádio de Nyayo, em Nairóbi, capital do país, para rever seus entes, que haviam sido resgatados.
Sobreviventes
Uma das sobreviventes, uma estudante de 19 anos, que estava no dormitório enquanto os terroristas invadiam a universidade, foi resgatada quase 48 horas depois. Ela relata se escondeu dentro de um armário, e ouviu seus colegas serem executados.
A jovem ouviu os policiais a se aproximarem, mas, como não acreditou que estavam ali para resgatá-la, permaneceu no armário, e só saiu quando ouviu o diretor da universidade. Para matar a sede, a jovem bebeu loção hidratante.
O atentado contra a Universidade de Garissa, o pior desde o ataque que deixou 213 mortos na embaixada dos Estados Unidos em Nairóbi em 1998, voltou a evidenciar a divisão que existe no Quênia entre cristãos e muçulmanos, que se consideram marginalizados pelo governo.
A este respeito, Kenyatta pediu à comunidade muçulmana que colabore com as forças de segurança para combater os radicais que utilizam o islã para conseguir seus próprios objetivos.
O presidente queniano também lamentou a dificultade nas operações antiterroristas porque ‘os que planejam e financiam esta brutalidade estão muito infiltrados em nossas comunidades’.
Histórico
Nos dois últimos anos o Al Shabab perpetrou vários massacres em território queniano, entre os quais se destacam os do shopping Westgate de Nairóbi (2013), os de Mpeketoni, Gamba e Mandera (2014) e o mais recente em Garissa (2015), que causaram mais de 350 mortes no total.
Em 2011, o Exército do Quênia invadiu o sul da Somália em resposta aos vários sequestros de turistas e estrangeiros pelo grupo islamita no nordeste do país, uma ação que o Al Shabab considerou como uma declaração de guerra.
Por:G1