Seis em cada 100 mulheres angolanas admitem bater nos maridos, diz inquérito


Em cada 100 mulheres angolanas que vivem nas cidades, seis admitem já ter batido nos maridos, sobretudo devido à embriaguez dos companheiros, segundo o Inquérito de Indicadores Múltiplos e de Saúde (IIMS), realizado entre 2015 e 2016.

O estudo, realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e pelo Ministério da Saúde angolano, com o apoio de várias instituições internacionais, além da assistência técnica do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), refere que “as mulheres cujos maridos se embriagam frequentemente” são as que mais cometem atos de violência física contra os companheiros (17%).

No total, 6% das mulheres que vivem em áreas urbanas admitiram ter cometido atos de violência física contra os maridos ou parceiros nos 12 meses anteriores ao inquérito, em comparação com 3% nas áreas rurais.

A tendência é também agravada em função do menor nível socioeconómico e de escolaridade.

Por outro lado, cerca de um terço (32%) das mulheres declararam, neste estudo, “terem sido vítimas de violência física, em algum momento desde os 15 anos de idade”.

O estudo concluiu ainda que 8% das mulheres declararam ter sido vítimas de violência sexual em algum momento, mais frequente – atos registados nos 12 meses anteriores ao inquérito – nas províncias de Malanje (13%) e Lunda Norte (11%), mais de duas vezes do que a média nacional (5%).

Sete em cada dez mulheres que sofreram violência sexual dizem que esta foi praticada pelo parceiro atual (52%) ou parceiro anterior (17%), seguido do amigo ou conhecido (10%) e namorado atual ou anterior (8%).

A legislação angolana define como violência sexual qualquer conduta que obrigue a vítima a presenciar, manter ou participar numa relação sexual “por meio de violência, coação, ameaça ou colocação da pessoa em situação de inconsciência ou impossibilidade de resistir”.

O IIMS refere que a experiência de violência sexual em Angola aumenta com a idade, já que 1% das mulheres foram violentadas sexualmente antes dos 10 anos de idade e 5% foram vítimas de violência sexual antes dos 22 anos.

Lusa

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