Segundo o globo, o Papa Francisco deu uma das mais longas entrevistas já concedidas por um Papa (1h20min), sem perguntas pré-selecionadas, o Papa Francisco fez declarações surpreendentes que deixaram vaticanistas boquiabertos. De pé na classe econômica, no voo de volta a Roma, indiferente às turbulências que chacoalhavam o avião, ele defendeu veementemente os homossexuais, dizendo que “eles não devem ser discriminados e devem ser integrados na sociedade”.
Ironizou ainda quem diz que tem gay no Vaticano, dizendo que esse não é o problema e que ainda não viu ninguém com “carteira” se identificando como tal. E perguntou: “se uma pessoa é gay, procura Deus e tem boa vontade, quem sou eu, por caridade, para julgá-la?”.
A revista italiana L’Espresso, em reportagem de capa, denunciou um “lobby gay” no Vaticano, isto é, grupos de pressão que estariam supostamente favorecendo homossexuais internamente.. A revista acusou monsenhor Battista Ricca – uma das primeiras nomeações do Papa, como membro do Ior, o banco do Vaticano – de estar no centro deste lobby.
Perguntado sobre isso, o Papa disse que o problema não é um “lobby gay”, mas simplesmente um “lobby”, seja de políticos, grupos nações ou outros. Ele partiu em defesa de Ricca, dizendo que uma investigação prévia no Vaticano mostrou que o monsenhor não cometeu nenhum crime.
Francisco, que assumiu o comando do Vaticano num momento crítico por conta de escândalos de pedofilia e corrupção disse que ainda não viu resistência interna às mudanças que pretende fazer na Igreja. O Papa criou várias comissões para reformar não apenas a Cúria, como o banco do Vaticano. Numa mensagem aos que acham, dentro do Vaticano, que a palavra do Papa é inquestionável, ele avisou:
“Eu gosto quando alguém me diz: eu não estou de acordo. Esse é um verdadeiro colaborador”.
O que o senhor pretende fazer em relação ao monsenhor Ricca e como o sr pretende enfrentar toda esta questão do lobby gay ?
Sobre monsenhor Ricca, fiz o que o direito canônico manda fazer, que é a investigação prévia. E nesta investigação, não tem nada do que o acusam. Não achamos nada. É a minha resposta. Mas eu gostaria de dizer outra coisa sobre isso. Vejo que muitas vezes na Igreja se busca os pecados de juventude, por exemplo. E se publica. (INAUDIVEL ) Se uma pessoa laica, padre ou madre , o senhor perdoa. E quando o senhor perdoa, ele esquece (o pecado. Quero acrescentar uma coisa a mais sobre isso.
Tenho visto que muitas vezes na igreja se busca os pecados de juventude, por exemplo. E se publica. Abuso de menores é diferente. Mas, se uma pessoa, seja laica ou padre ou freira, pecou e esconde, o Senhor perdoa. Quando o senhor perdoa, o senhor esquece. E isso é importante para a nossa vida. Quando vamos confessar e nós dizemos que pecamos, o senhor esquece e nós não temos o direito de não esquecer. Isso é um perigo. O que é importante é uma teologia do pecado. Tantas vezes penso em São Pedro, que cometeu tantos pecados e venerava Cristo. E este pecador foi transformado em Papa. Neste caso, nós tivemos uma rápida investigação e não encontramos nada.
Vocês vêm muita coisa escrita sobre o gay lobby. Eu ainda nao vi ninguem no Vaticano com uma carteira de identidade do Vaticano dizendo que é gay. Dizem que há alguns. acho que quando alguém se ve com uma pessoa assim devemos distinguir entre o fato de que uma pessoa eh gay e fazer um lobby gay, porque todos os lobbys não sao bons. Isso é o que é ruim.
Se uma pesoa é gay e procura Deus e tem boa vontade, quem sou eu, por caridade, pra julga-la ? . O catecismo da Igreja católica explica isso muito bem. Diz que eles não devem ser discriminados por causa disso, mas devem ser integrados na sociedade. O problema não é ter essa tendência. Não ! Devemos ser como irmãos.
O problema é fazer lobby, o lobby dos avaros, o lobby dos políticos, o lobby dos mações, tantos lobbys. Esse é o o pior problema.