O professor Diavava Bernardo que liderou em setembro, uma marcha de protesto com centenas de alunos, da escola primária no distrito da estalagem, em Viana, para exigir mais carteiras, foi suspenso por tempo indeterminado. Solidário, o Movimento de Estudantes Angolanos (MEA) promete manifestar-se contra a decisão nos próximos dias.
De acordo um comunicado, citado pela Lusa, o MEA afirma que tomou conhecimento da suspensão do professor por via de fontes oficiais.
“Fruto deste acto, o Governo angolano com o seu espírito de ditador, opressor e violador principal do Estado democrático e de direito, instaurou um processo disciplinar que culminou com a suspensão do referido professor”, sublinha a nota citada pela Lusa.
De acordo com o MEA, a decisão é “ilegal, sem fundamentos jurídico-constitucionais”, pelo que a associação “repudia esta decisão e solidariza-se ao professor Diavava, vítima da má governação e inexistência de políticas credíveis para a Educação”.
Importa frisar que, os alunos que se manifestaram foram dispersados pela polícia, que deteve o professor que terá também sido agredido, de acordo com relatos de alunos. A polícia disse, na altura, que o professor estava acusado de organizar uma marcha não autorizada e do crime de danos materiais, avaliados em 1,7 milhões de kwanzas, por terem sido danificadas carteiras.
Em declarações à agência Lusa, o professor disse que a decisão data de 25 de outubro passado e que está suspenso por tempo indeterminado. Diavava Bernardo disse que recorreu da decisão e aguarda por conclusão do processo, escusando-se a fazer mais comentários sobre o assunto.