O procurador-geral da República, Hélder Pitta Groz, disse nesta terça-feira, 16 de Janeiro, durante o encerramento da IV reunião alargada da região judiciária sul da PGR, na província do Cunene, que a introdução em Tribunal do processo-crime contra Isabel dos Santos, acusada em vários crimes durante a sua gestão da empresa petrolífera Sonangol, poderá ser feita dentro de dez dias.
Segundo o Jornal de Angola, durante o seu discurso de encerramento, o procurador fez saber que a instrução preparatória do processo encontra-se concluída e elaborada a acusação, que no fim do prazo seguirá ao Tribunal. O mesmo ressaltou ainda que nesse processo foram já notificados os advogados, aguardando apenas a reacção dos mesmo sobre a acusação para se dar entrada em juízo, e que por enquanto tudo mantém-se em segredo de justiça.
O procurador-geral da República, Hélder Pitta Groz esclareceu também que no processo estão arrolados três cidadãos portugueses integrantes da equipa que trabalhavam na altura com a Presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Isabel dos Santos.
A empresária angolana Isabel dos Santos está a ser acusada de onze crimes no processo que envolve a sua gestão na petrolífera estatal angolana, entre 2016 e 2017, entre eles, de peculato, burla qualificada, abuso de poder, abuso de confiança, falsificação de documentos, associação criminosa, participação económica em negócio, tráfico de influências, branqueamento de capitais, fraude fiscal e fraude fiscal qualificada.
Em 03 de Junho de 2016, Isabel dos Santos foi nomeada Presidente do Conselho de Administração da Sonangol, estrutura que passou a integrar também Sarju Raikundalia, inicialmente administrador não executivo, que passou a executivo com o pelouro da gestão financeira da petrolífera, numa altura em que detinha participações na PwC.