O cantor Prince morreu aos 57 anos. Seu corpo foi encontrado na casa onde morava, no estado norte-americano de Minnesota, nesta quinta-feira (21). A causa da morte, confirmada por uma assessora e um familiar à imprensa americana, ainda não foi informada.
A morte está a ser investigada pela polícia. Segundo o site TMZ, a polícia informou que, inicialmente, não havia sinais de crime ou violência no local. O TMZ publicou o áudio do rádio da polícia sobre o caso.
“Quando agentes e a equipe médica chegaram, eles encontraram um homem adulto desacordado no elevador. Os profissionais tentaram fazer primeiros socorros, mas não conseguiram reanimar a vítima”, diz um comunicado oficial da polícia. A equipe chegou às 9h43 e Prince foi declarado morto às 10h07, segundo a nota.
Prince havia sido levado para o hospital em estado de emergência no passado dia 15 de abril. Por causa disso, seu jatinho particular teve de fazer um pouso urgente em Illinois. No dia seguinte, ele garantiu aos fãs que estava bem durante um show.
A equipe do cantor havia informado ao TMZ que ele tinha apenas sintomas de gripe. De acordo com o site, ele teria ido à farmácia quatro vezes durante essa semana, a última delas horas antes de morrer.
Briga contra streaming
Ele teve conta no Twitter, no Facebook, no Soundcloud, no YouTube, no Spotify, até ao dia em que deixou de ter. Foi notícia em todo o mundo: Prince deixou a Internet. Estávamos no final de 2014 e o ícone pop dizia estar farto do abuso da Internet. Agora, com a sua morte esta quinta-feira aos 57 anos, torna-se difícil prestar-lhe homenagem em serviços de streaming como o Spotify ou até mesmo no YouTube, onde são poucos os vídeos.
No Spotify, há uma ou outra música, coisa pouca. No YouTube, a opção é mais variada, até porque se somam os vídeos que os fãs fizeram questão de copiar para ali ou excertos de concertos. Mas no geral, é difícil encontrar uma oferta do catálogo do músico que nos deu Why you wanna treat me so bad?, Purple rain ou Cream.
“A Internet está completamente acabada. Não vejo porque deveria dar a minha nova música no iTunes ou a qualquer outra pessoa. Eles não me pagam adiantado por isso e depois ficam chateados quando não a podem ter”, disse em 2010 numa entrevista ao britânico Daily Mirror, comparando a Internet ao canal de televisão MTV. “Houve uma altura em que estava na moda e de repente ficou ultrapassado. Enfim, todos estes computadores e gadgetsdigitais não são bons”, defendia.
Mais tarde, em 2014, Prince decidia apagar as suas contas no Facebook e no Twitter, além de grande parte dos seus vídeos no YouTube. No Spotify, por exemplo, ainda era possível ouvir a sua discografia, mas até isso durou pouco tempo. No Verão de 2015, com álbuns novos para ouvir, Prince dizia adeus aostreaming, ou pelo menos, a grande parte dos serviços de streaming. O músico apagava todo o seu historial destes serviços e ficava-se apenas pelo Tidal, que Jay Z relançou em Março, depois de o ter comprado por 56 milhões de dólares (50 milhões de euros), com a promessa de dar uma “nova direcção” ao sector musical de “um ponto de vista criativo e comercial”.
No final de Abril, já Prince se associava à marca com a transmissão em directo do concerto que teve como mote a canção Baltimore, com a qual reagiu à morte do jovem afro-americano Freddie Gray às mãos da polícia norte-americana.
Mas sendo Prince um artista imprevisível, eis que o músico voltaria a surpreender no final desse ano voltando não só ao Twitter como aparecendo no Instagram, onde se mantinha particularmente activo. Mais um vez, foi notícia em todo mundo: Prince fez as pazes com a Internet? A resposta ainda agora não é clara.
Hoje, os fãs têm muitas fotografias para partilhar. Músicas é que nem por isso.