A confirmação do primeiro caso de ébola em Nova Iorque, na noite de quinta-feira, deixou grande parte da população ainda mais preocupada. Na capital, Washington D. C., a comunidade liberiana é uma das principais vítimas dos mal-entendidos sobre a doença.
“Os exames realizados hoje confirmaram que um paciente aqui na cidade de Nova Iorque teve um resultado positivo para Ebola”, disse De Blasio.
“Queremos deixar claro, desde o início, que não há razão para que os nova-iorquinos fiquem alarmados”, destacou De Blasio, insistindo que a cidade de 8,4 milhões de habitantes está preparada para enfrentar o problema.
“O Ebola é muito difícil de se contrair. Se transmite apenas pelo contato com o sangue e outros fluidos corporais” da pessoa infectada, recordou o prefeito.
Craig Spencer, recém chegado da África, foi internado de urgência com febre alta e dores abdominais, e os exames revelaram a presença do Ebola.
O médico esteve na Guiné, um dos três países afetados pela epidemia de Ebola, junto à Serra Leoa e Libéria.
Spencer trabalhou para a Médicos sem Fronteiras na Guiné e tratou de pacientes com o vírus até 12 de Outubro, antes de viajar para a Europa, dois dias depois.
O médico está internado no hospital Bellevue de Manhattan, preparado especialmente para tratar casos de Ebola em Nova Iorque, a cidade mais povoada dos Estados Unidos.
As autoridades de Nova Iorque iniciaram uma investigação sobre as pessoas que mantiveram contato com Spencer desde seu regresso a Nova Iorque, há dez dias, e que podem estar com a doença.
A namorada e dois amigos de Spencer – que não apresentam sintomas – foram colocados em quarentena. O apartamento do médico no Harlem está lacrado.
A Médico Sem Fronteiras (MSF) relatou que Spencer, que trabalhou para a organização “num dos países da África afectados pelo Ebola, informou à organização que apresentava febre, cumprindo com as estritas determinações observadas pelo pessoal que retorna de uma missão Ebola…”.
Imediatamente após o comunicado de Spencer, a MSF informou a situação aos serviços de saúde de Nova Iorque, com base nos protocolos adotados.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, o Ebola já matou 4.877 pessoas (das 9.936 contaminadas), principalmente na Libéria, Serra Leoa e Guiné, foco da actual epidemia, iniciada em Dezembro de 2013.