Preços em Luanda furam previsões oficiais e aumentam quase 14,3% em 2015


Os preços na capital subiram quase 14,3 por cento em 2015, o dobro das previsões iniciais do Governo, segundo informação do Instituto Nacional de Estatística (INE) de Angola.

Luanda

De acordo com o mais recente relatório sobre o comportamento da inflação, ao qual a agência Lusa teve hoje acesso, só entre novembro e dezembro de 2015, os preços em Luanda aumentaram 1,60%.

Entre janeiro e dezembro, em Luanda, a única província com dados a um ano, a inflação oficial situou-se nos 14,27%, um aumento de 6,79 pontos percentuais face ao ano de 2014.

Trata-se da inflação mais elevada em praticamente seis anos, segundo os dados do INE angolano.

O Governo angolano estimava para 2015 uma inflação entre 7 e 9%, intervalo que foi ultrapassado, todos os meses, desde julho. No relatório de fundamentação do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2016, é referido que “as perspetivas de fecho do ano de 2015 são de uma inflação de dois dígitos, em torno de 13,8% [variação entre janeiro e dezembro]”.

Devido à crise decorrente da quebra na cotação internacional do petróleo, Angola viu reduzir a receita fiscal para metade, assim como a entrada de divisas no país, agravando o custo das importações e o acesso a produtos, inclusive alimentares.

Alguns produtos, como o arroz ou a carne, chegaram mesmo a quase duplicar de preço em alguns circuitos, ao longo de 2015.

O Índice de Preços no Consumidor Nacional – incluindo já as restantes 17 províncias – registou uma variação de 1,38%, de novembro para dezembro de 2015.

Neste período, Luanda liderou entre as províncias que registaram maior aumento dos preços, com 1,60%, juntamente com o Bié (1,28%) e o Cuando Cubango (1,26%).

“A taxa de inflação retomou a dois dígitos em julho de 2015, desfavorecida pela atual conjuntura. A taxa de câmbio e a quebra da confiança dos agentes económicos estiveram na base do recuo da inflação”, reconheceu, entretanto, o Governo angolano.

No OGE para 2016, o executivo prevê uma taxa de inflação de 11%.

AR/Lusa


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