Polícia detém professor que organizou marcha de alunos para reivindicar carteiras escolares e MEA recorre à Direção Nacional dos Direitos Humanos


Recentemente, um professor conhecido por Coronel Bernardo, terá sido detido pela Polícia Nacional após ter supostamente organizado uma marcha de alunos para exigirem novas carteiras numa das escolas do município de Viana. Consequentemente, o Movimento de Estudantes Angolanos (MEA) diz ter recorrido à Direção Nacional dos Direitos Humanos para o pronunciamento sobre o desfecho da detenção.

Foto: Reprodução Instagram (Sadrak Manuel Lufuankenda)

De acordo as declarações do porta-voz do comando provincial de Luanda da Polícia Nacional, Nestor Goubel, à Lusa, o professor liderou uma marcha de aproximadamente 300 alunos, com o objetivo de chegarem à repartição de educação de Viana, para reclamar contra a falta de carteiras, para acomodação dos estudantes.

“A polícia foi acionada pela direção da escola, na pessoa do diretor, João Paulo de Oliveira, (segundo o qual), antes da saída da escola, por instigação do próprio professor, já haviam danificado cerca de 50 carteiras”, disse o porta-voz à Lusa.

Nestor Goubel frisou que o professor é acusado de organizar uma marcha não autorizada e de cometer crime de danos materiais, avaliados em 1,7 milhões de kwanzas.

“Cada carteira tem o preço unitário de 35 mil kwanzas, o que perfaz um global de 1,750 milhões de kwanzas”, sublinhou o porta-voz.

Informações que circularam nas redes sociais sobre o caso dão conta que a polícia fez disparos para dispersar os manifestantes. Em declarações à agência Lusa, Nestor Goubel disse que foi aberto um inquérito para se apurar a veracidade desta informação

“Vão ser assacadas responsabilidades. Em princípio, parece que o professor mostrou resistência. Ele levou meninos de 12, 15 anos, para essa manifestação, com todas as consequências, barraram estradas, parecia que estava a cumprir uma outra agenda”, frisou.

Já o presidente do MEA Francisco Teixeira que falava à Lusa informou que está agendada para segunda-feira uma reunião com a Direção Nacional dos Direitos Humanos, com a Provedoria de Justiça, sobre o assunto, prometendo levar o facto a organizações internacionais.

O professor Bernardo que trabalhou na referida instituição por 15 dias apenas, continua detido à espera para ser ouvido pelo Ministério Público. E pesa sobre o mesmo os crimes de danos materiais e de ter organizado a marcha sem autorização.


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