Depois de insucessos das cartas rogatórias para ouvir a primogénita do ex-Presidente da República, a Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP) da Procuradoria-Geral da República (PGR) acaba de emitir um mandado de captura internacional (pela INTERPOL) contra a empresária angolana Isabel dos Santos.
Em causa estão vários processos de natureza criminal que pendem sobre a primogénita do antigo Presidente de Angola, que já foi a mulher mais rica de África. Assinado pelo sub-procurador-geral Wanderley Bento Mateus, chefe da DNIAP, o processo foi encaminhado para a Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal).
O mandado de captura internacional contra Isabel dos Santos, surge numa altura em que o procurador-geral da República, Hélder Fernando Pitta Gróz, chegou a afirmar que a justiça angolana deu ‘todas as oportunidades’ a Isabel dos Santos, para que esta pudesse defender a sua inocência relativamente aos factos judiciais de que tem sido alvo.
Ausente de Angola desde 2018, Isabel dos Santos vem indiciada em vários processos ligados à sua gestão na presidência da petrolífera estatal Sonangol, além dos processos que envolvem a constituição do seu império empresarial e financeiro, o que levou o arresto do seu património e bloqueio de contas bancárias em Angola e no estrangeiro. Um desses processos levou o Presidente da República a nacionalizar a participação societária de 25% que a empresária detinha na operadora de telefonia móvel Unitel, através da Vidatel.
No despacho presidencial de 26 de Outubro, o Presidente da República João Manuel Lourenço, justificou a decisão como ‘o meio mais adequado, necessário e proporcional para a salvaguarda da situação jurídica da empresa e a garantia do interesse do Estado’ e que a medida foi tomada, ‘esgotadas todas as possibilidades de acordo com o accionista visado e havendo concordância de outro accionista’.