O ex-comandante-geral da Polícia Nacional, Paulo Gaspar de Almeida, disse nesta terça-feira, 29 de Março, durante uma entrevista que, dois meses após a sua exoneração, continua sem perceber a razão que motivou o sucedido, mas, garante que conhece o rosto e o nome do responsável pelo seu afastamento.
Em entrevista ao programa “Café da Manhã” , da rádio LAC, Paulo de Almeida disse que o que aconteceu não é uma situação nova em Angola. Segundo o ex-comandante-geral, houve muita pressão para a sua exoneração, mas o Presidente da República, João Lourenço, teve a paciência de o manter no cargo até ao dia 1 7 de Janeiro último.
“A minha exoneração não teve nada a ver com indisciplina, com má execução, porque eu cumpri” , disse o antigo chefe da Polícia nacional.
O ex comandante assegurou que nunca conseguiu ser o “gestor fundamental da Polícia Nacional” razão pela qual não ter tido muito êxito no exercício das suas actividades.
“Um comando com mais de 100 mil homens, com tanta técnica e meios e você não ser o gestor fundamental, claro não pode ter muitos êxitos”, disse, assegurando que no quadro legal exigiu que se cumprisse a lei, mas sem sucesso.
O profissional lamentou o facto de o seu esforço de muitos anos de polícia não ter sido respeitado. Questionado sobre quem foi a figura que influenciou a sua exoneração, o antigo chefe da Polícia Nacional preferiu não revelar.
“Prefiro deixar esse quadro pintado e as pessoas interpretarem. Mas sabe que tem nome e rosto” , disse o ex-comissário-geral.
De recordar que, Paulo de Almeida foi exonerado em Janeiro pelo Presidente da República, João Lourenço, quando se encontrava em Brazzaville, República do Congo, integrando uma comitiva angolana chefiada pelo ministro das Relações Exteriores, Téte António, o que causou uma forte polémica na sociedade angolana por se tratar de um afastamento quando o próprio estava ausente em serviço no estrangeiro.
Fonte: Novo Jornal