Desde que haja arrependimento, o perdão “não pode ser negado”, durante o “jubileu da misericórdia”, que começa em dezembro, a todos os católicos que abortaram ou provocaram o aborto.
Numa mensagem dirigida ao organizador deste “Ano Santo” (ou jubileu), o prelado italiano Rino Fischella, o papa declara ter “decidido, não obstante qualquer disposição em contrário, conceder a todos os padres, para o ano do jubileu, a capacidade de absolverem do pecado do aborto todos aqueles que o provocaram e que, de coração arrependido, peçam perdão”.
Também em relação às mulheres que abortaram, “o perdão de Deus a quem se arrependeu não pode ser negado”.
“O drama do aborto é vivido por alguns com uma consciência superficial, que parece não se dar conta do grave dano do ato”, mas “muitos outros, ao contrário, ainda que vivam esse momento como um fracasso, consideram não ter outras vias para percorrer”, diz Francisco na carta, adiantando pensar “em todas as mulheres que recorreram ao aborto”.
“Conheço bem os condicionalismos que as conduziram a esta decisão. Sei que se trata de um drama existencial e moral. Encontrei numerosas mulheres que transportavam no seu coração a cicatriz desta escolha difícil e dolorosa. O que ocorreu é profundamente injusto”, insistiu.
Na carta, o papa indica diversas disposições para que a possibilidade de se perdoarem pecados (o que pela tradição católica é permitido durante o jubileu) beneficie o maior número de pessoas, nomeadamente os doentes ou presos que não se podem deslocar às catedrais e igrejas do jubileu para se arrependerem.
Durante o segundo aniversário da sua eleição, a 11 de março, o papa Francisco anunciou a realização de um Ano Santo extraordinário de 08 de dezembro a 20 de novembro de 2016.