O Palácio de Ferro, localizado na baixa de Luanda, reabriu neste sábado as suas portas ao público, depois do processo de reabilitação infra-estrutural a que foi submetido.
A cerimónia orientada pelo governador provincial de Luanda, Higinio Carneiro, foi animada pelos músicos Pedrito e Elias Dya kimuezo, bem como dos grupos Kituxi e Seus Acompanhantes e Kilandukilo.
Na sua reabertura, a instituição acolhe uma exposição no âmbito da III trienal de Luanda, uma organização da Fundação Sindika Dokolo.
Para a recuperação da infra-estrutura, acção que contou com o patrocinio da Endiama e com a duração de 2 anos, foram adoptados os critérios recomendados internacionalmente para a reestruturação de bens arquitectónicos de valor cultural, por ser um monumento histórico, classificado como património cultural do país.
O processo de reabilitação incluiu o reaproveitamento, na medida do possível, de todas as peças originais, substituição por réplicas de peças falantes, utilização de elementos de feitura contemporânea nas inserções ditadas pelo novo programa de uso, como instalações de climatização e iluminação.
A infra-estrutura, com um piso e três salas de exposições, mantém a originalidade dos matérias empregues, dando melhor qualidade na vida da estrutura.
O Palácio de Ferro é um edifício histórico de Luanda, que se crê ser da autoria de Gustave Eiffel.
O edifício possuiu uma original decoração em filigrana metálica e tem um soberbo avarandado envolvente, sendo o melhor exemplar da arquitectura do ferro em Angola.
A história do edifício está envolta em mistério, já que não existem registos da sua origem. Acredita-se que a estrutura em ferro forjado tenha sido construída na década de 1880/90 em França, como pavilhão para uma exposição, e posteriormente desmontado e transportado de barco com destino provável a Madagáscar.
Existe alguma especulação sob a forma como chegou a Angola. Segundo algumas fontes, o navio que o transportava acabou por ser desviado da sua rota pela Corrente de Benguela.
Durante o período colonial o edifício gozava de grande prestígio e foi usado como centro de arte. Após a independência de Angola e a subsequente Guerra Civil Angolana, o palácio entrou em ruína e o espaço envolvente foi transformado num parque de estacionamento.