Seis países africanos nomeadamente Egito, Quénia, Nigéria, Senegal, África do Sul e Tunísia irão receber a tecnologia necessária para produzirem vacinas mRNA no continente africano, de acordo anunciou nesta sexta-feira, 18 de fevereiro o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Tedros Adhanom Ghebreyesus fez este anúncio durante a cimeira União Europeia/União Africana (UE/UA), que decorre desde quinta-feira em Bruxelas, numa cerimónia organizada pelo Conselho Europeu, França, África do Sul e OMS, que contou com a presença do presidentes francês e sul-africano, além do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.
O centro global de transferência de tecnologia mRNA foi estabelecido para apoiar fabricantes em países de baixo e médio rendimento a produzir as suas próprias vacinas, para fazer face à emergência da pandemia de covid-19. O centro tem o potencial de expandir capacidade de fabrico de outros produtos, colocando os países na liderança, quando se trata dos tipos de vacinas e outros produtos de que necessitam para enfrentar as suas prioridades sanitárias.
Para o diretor-geral da OMS, nenhum outro evento, como a pandemia de covid-19, demonstrou que a dependência de algumas empresas para fornecer bens públicos globais é limitada e perigosa. A médio e longo prazo, a melhor forma de abordar as emergências sanitárias e alcançar uma cobertura sanitária universal é aumentar significativamente a capacidade de todas as regiões fabricarem os produtos de saúde de que necessitam, tendo como principal objetivo o acesso equitativo.
Por seu lado, o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, afirmou: “Esta é uma iniciativa que nos permitirá fazer as nossas próprias vacinas e que, para nós, é muito importante”.
Para o Presidente francês, Emmanuel Macron, “a melhoria dos benefícios para a saúde pública, o apoio à soberania sanitária africana e o desenvolvimento económico são os principais objetivos do reforço da produção local em África”.
“Num mundo interligado, precisamos de parcerias mais fortes e novas entre países, parceiros de desenvolvimento e outras partes interessadas para capacitar regiões e países a defenderem-se por si próprios, durante crises, e em tempo de paz”, acrescentou.
Já o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, defendeu a criação de um ambiente onde cada cientista, trabalhador da saúde e governo possam unir-se por uma causa comum.