Pai e filho detidos pelo S.I.C sob acusação de extorsão e burla a mais de 700 angolanos


Dois membros da mesma família, pai e filho, foram detidos pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC) sob acusação de extorquirem e burlarem mais de 700 cidadãos angolanos com promessa de serem alistados nas Forças Armadas Angolanas (FAA). 

Os presumíveis culpados foram apresentados na terça-feira à comunicação social nas instalações do Comando Provincial de Luanda, tendo no local o chefe do Departamento de Imprensa do Serviço de Investigação Criminal da província de Luanda  explicado que os acusados foram detidos em flagrante a 9 de Junho, no bairro Calawenda, município de Cazenga.

O superintendente Fernando de Carvalho informou que, quando foram detidos, pai e filho desenvolviam a actividade criminosa pela via do registo de pessoas civis enganadas com a falsa promessa de serem enquadradas nas Forças Armadas Angolanas (FAA), para posteriormente transitarem ou para a Polícia Nacional ou para a Caixa de Segurança Social das FAA.

A detenção ocorreu na habitação de um dos acusados, em cujo local eram cobrados valores diversos mediante as categorias pretendidas pelos interessados. A título de exemplo, quem quisesse entrar no esquema como cabo, desembolsava 100 mil kwanzas, como sargento 150 mil e como oficial subalterno 250 mil kwanzas.

O superintendente Fernando de Carvalho revelou que pai e filho praticavam o crime de que são acusados há mais de três anos e lesaram mais de 700 cidadãos.

O Serviço de Investigação Criminal encontrou em posse dos arguidos centenas de fichas preenchidas com o timbre das FAA, cédulas de disponibilidade militar, uma lista digitalizada com o nome de 662 cidadãos e outra manuscrita com 83 nomes. Uma relação nominal, contendo 25 nomes de devedores e dois carimbos da Segunda Conservatória de Registo Civil de Luanda foram também apreendidos. De acordo com o porta-voz do SIC, os arguidos desenvolviam a actividade criminosa com a cumplicidade de indivíduos pertencentes ao Quartel General das Forças Armadas Angolanas e à Polícia Judiciária Militar.

Quando foi apresentado à comunicação social, Pedro Francisco, de 51 anos e pai do seu comparsa, declarou-se inocente e alegou não ter recebido nenhum valor e ser também vítima por ter disponibilizado uma quantia que não revelou para ser inserido nas Forças Armadas Angolanas.

Pedro Francisco confirmou que recebia processos, alguns dos quais vindos de familiares, que eram encaminhados para as mãos de oficiais das Forças Armadas Angolanas, sem receber qualquer contrapartida financeira. “Sempre que fosse trabalhar, pedia ao meu filho, desde 2014, para receber processos de pessoas interessadas nesse processo”, declarou Pedro Francisco.

 

J.A

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