Obeso de dois anos e 32 kg é o paciente mais jovem do mundo a fazer uma cirurgia bariátrica


Um menino da Arábia Saudita com apenas dois anos e mais de 32 quilos tornou-se na pessoa mais jovem a submeter-se a este tipo de tratamento. Quanto atingiu o valor 41 de índice de massa corporal (acima do já classificado como obesidade mórbida de tipo III), a criança colocou uma banda gástrica e já perdeu cerca de nove quilos, escreve o The Independent.

Mohammed Al Mohaidlya é o paciente mais jovem do mundo a colocar banda gástrica (Foto: Divulgação / Australian Doctor Web Grab)

Uma criança saudita, de 2 anos, vítima de obesidade mórbida, tornou-se o paciente mais jovem do mundo a ser submetido a uma cirurgia bariátrica. Pesando 33kg e com índice de massa corporal 41, Mohammed Al Mohaidlya sofria de apneia do sono, problema que o fazia parar de respirar enquanto dormia. Preocupados com a vida do filho, seus pais procuraram especialistas e toparam submeter o pequeno ao procedimento.

A cirurgia bariátrica foi realizada em 2010, mas o caso só foi divulgado recentemente pelo International Journal of Surgery Case Reports (Jornal Internacional de Relatos sobre Casos Cirúrgicos). Segundo o estudo apresentado pela revista científica, os pais da criança, Ahmed Sulimana e Horia Malawib, já tinham feito duas tentativas de controlar o peso do menino com dietas, mas não foram bem-sucedidos.

Aos 14 meses, pesando 21,3 kg, Mohammed foi levado pelos pais a um endocrinologista. Mesmo depois de fazer dieta por quatro meses, o seu peso havia aumentado em oito quilos. Os médicos da clínica Prince Sultan Military Medical City, em Riyadh, na Arábia Saudita, não foram, na época, capazes de determinar se os pais da criança realmente estavam impondo a ela uma dieta eficaz.

No momento em que o menino foi encaminhado para o ambulatório de obesidade da clínica, ele já pesava 29,4 kg e seu peso já acarretava apneia do sono e o levava a curvar as pernas. Houve, então, uma outra tentativa de impor ao menino uma dieta, que também acabou falhando. Quando ele chegou ao 33 kg, seus médicos decidiram realizar a intervenção médica mais radical.

Os especialistas fizeram em Mohammed uma gastrectomia laparoscópica, uma espécie de cirurgia bariátrica, que removeu parte de seu estômago para restringir a ingestão de alimentos. Seu órgão digestivo ficou, desta forma, mais ou menos do tamanho e forma de uma banana. A cirurgia não é reversível.

“Ao nosso conhecimento, a gastrectomia laparoscópica nunca foi feita em crianças de tão pouca idade”, apontaram os cirurgiões no relatório. “Nós apresentamos aqui, provavelmente, o primeiro relato de uma cirurgia como essa, feita de forma bem-sucedida, em um menino obeso mórbido de dois anos”.

Apneia do sono e pernas arqueadas são algumas das consequências da obesidade mórbida desta criança de apenas dois anos. Assim que atingiu os 32 quilogramas e um índice de massa corporal de 41, o menino da Arábia Saudita tornou-se na pessoa mais jovem a recorrer a uma banda gástrica.

De acordo com o The Independent, aos 14 meses já pesava mais de 20 quilos e o excesso de peso era tal que nem as dietas conseguiam travar o aumento de gordura no corpo. Mesmo com apoio médico e nutricional, nos últimos quatro meses a criança ganhou mais 17 quilos.

Após a cirurgia a criança perdeu algum peso, contudo mantém-se bastante acima do ideal para a sua idade, pesando agora cerca de 24 quilos.

O australiano Paul Zimmett, especialista em obesidade do Baker IDI Heart and Diabetes Institute, disse ao site New.au que o caso é “chocante” e “muito incomum”. “É como no dia quando vimos uma de nossas astronaves sair do nosso sistema solar para as regiões escuras do espaço, que estão em território desconhecido. Nós não temos ideia do efeito que isso pode ter sobre o crescimento da criança e, a menos que ele tenha um acompanhamento adequado, ele pode sofrer deficiências de vitaminas”, disse.

Em um caso semelhante ao de Mohammed, destacado pelo site, médicos indianos afirmam terem realizado a cirurgia bariátrica em um menino de quatro anos de idade. A criança, que pesava 44,5 kg, estava consumindo 1.400 calorias por dia, como resultado de uma doença genética rara – Síndrome de Prader Willi – que o fazia sentir fome constantemente.

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