“O país pode emitir dívida pública a qualquer momento”, alerta a Ministra Vera Daves


A ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, que falava nesta quinta-feira (24), na agência “Bloomberg”, alertou que Angola pode emitir dívida pública a qualquer instante, olhando para a evolução dos mercados, mas garantiu ”tranquilidade” na análise da situação financeira internacional.

Apesar da governante garantir, ‘tranquilidade’, mencionou que o país não está isento de  emitir  uma dívida pública internacional.

“Estamos a olhar para tudo com tranquilidade, porém a janela para emitir dívida pública internacional pode aparecer a qualquer momento”, disse Vera Daves em declarações à agência de informação financeira Bloomberg.

As declarações da ministra surgem no seguimento da apresentação do plano nacional de endividamento, que prevê a emissão de dívida soberana até ao final deste mês, num valor indicativo de 2,8 mil milhões de dólares.

Angola está a ver a reacção do mercado depois de a Nigéria, o maior produtor de petróleo na África subsaariana, ter emitido 1,25 mil milhões de dólares na semana passada, tendo registado um aumento dos juros exigidos pelos investidores, de cerca de 6,0 por cento, há dois anos, para 8,3, na semana passada.

A guerra na Ucrânia e o aumento das taxas de juro pela Reserva Federal tornaram as condições de mercado “mais difíceis”, de acordo com o director da Chapel Hill Denham, uma das companhias envolvidas na emissão da Nigéria, que teve o triplo de ofertas face ao valor emitido.

“Conseguir angariar capital no mercado dos títulos de dívida em moeda estrangeira durante estes tempos é louvável”, concluiu a governante.

De acordo com o plano de endividamento, disponível no ‘site’ das Finanças desde 8 de Fevereiro, Angola prevê captar 10,74 milhões de dólares este ano, dos quais até 2,8 mil milhões de dólares estão previstos ser angariados nos mercados internacionais através da emissão de dívida em moeda estrangeira (Eurobond).

O Governo prevê chegar ao final deste ano com a dívida pública nos 73 por cento do PIB, reduzindo em 12 pontos percentuais o rácio da dívida face ao PIB, que deverá ter fechado nos 85 por cento em 2021.

Fonte: Jornal de Angola

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