Novo ministro promete maior flexibilidade editorial da comunicação social estatal


Depois de tomar posse, na última segunda-feira(19), em substituição de Manuel Homem, Mário de Oliveira, disse que a comunicação social estatal vai estar “mais aberta à crítica” e realçou que a crítica “não assusta” o Governo da V Legislatura.

Foto: Página oficial da Presidência da República

A parcialidade editorial dos media estatais ou sob tutela estatal, com notória exclusão da oposição, foi uma das críticas mais continuadas feitas à governação de João Lourenço, tanto dos partidos políticos como da sociedade civil, na última legislatura, 2017-2022, situação que o novo ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social garante que vai alterar.

O novo responsável pela tutela da Comunicação Social estatal (TPA, RNA, Angop e Jornal de Angola, ou no universo do Estado, TV Zimbo, O País e Rádio Mais ou TV Palanca, depois de recuperados pelo Estado por terem sido adquiridos com dinheiros públicos) sublinhou que a crítica é “uma actividade que ajuda a melhorar quando é construtiva” e quem pretende o progresso esta é “sempre salutar”.

A postura de parcialidade editorial dos media sob tutela estatal foi e é ainda hoje a principal crítica feita pela oposição dos principais partidos angolanos nestes últimos anos, com a UNITA, o maior partido da oposição, a bater nessa tecla desde 2008, quando tiveram lugar as primeiras eleições depois do fim do conflito armado, em 2002.

Recorde-se que, aquando da chegada de João Lourenço ao poder, com o então ministro João Melo, a comunicação social foi uma das áreas onde a sociedade angolana esperou maior evolução no sentido da abertura, o que efectivamente ocorreu nos primeiros dois anos, tendo, claramente, retrocedido na segunda metade do primeiro mandato do sucessor de José Eduardo dos Santos.

No entanto, Mário Oliveira, citado pela Lusa, fez questão de deixar um recado claro: “É preciso termos em atenção que não vai ser a comunicação social que vai organizar e produzir actividades para serem difundidas”.

“As organizações, de natureza política ou social, precisam de produzir actos que façam com que haja cobertura dos órgãos”, começou por responder à Lusa, quando questionado sobre alegada falta de contraditório nos órgãos públicos. “E, então, neste sentido nós não temos qualquer questão, e dizer que a comunicação social continuará a ser uma comunicação para todos”, assegurou.

Em declarações dadas no Palácio Presidencial, em Luanda, onde foi empossado o novo Governo, Mário de Oliveira recordou que Angola teve, no mandato anterior, “subida significativa” no ranking da transparência na comunicação social.

“E essa subida é consequência da abertura que foi havendo durante a legislatura anterior, que é para continuar”, prometeu.

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