“Nenhuma escola pública pode proceder cobranças no acto de inscrição e/ou matrículas” – André Soma


Mais de 200 milhões de Kwanzas é a quantia provisória de dinheiro que alguns directores e professores de diversas escolas do ensino de base de Luanda cobraram ilegalmente a encarregados de educação no acto de inscrição para matrícula, segundo André Soma.

O director do Gabinete de Educação de Luanda fez tal revelação ontem, no final de uma reunião com os directores das escolas municipais e distritais e com chefes de departamentos, na qual se fez uma abordagem sobre essa acção ilícita.

“Não foi feito ainda todo levantamento dos valores cobrados por cada instituição, mas a quantia ronda os 202 milhões de Kwanzas. O município de Viana lidera a lista com 59 milhões, 745 mil e 400 Kwanzas, seguido pelo Kilamba Kiaxi com 24 milhões, 781 mil e 462 Kwanzas e Quiçama com 332.000 Kz”.

Nenhuma escola pública está orientada a proceder cobranças no acto de inscrição e/ou matrículas. Embora se tenha cometido um acto ilícito, André Soma olhou para a parte positiva da situação, sustentando que tal acção apurou números reais respeitantes à quantia monetária que as escolas normalmente precisam no mês de Dezembro para o arranque eficiente das mesmas.

Na referida reunião foi orientada que o valor obtido das cobranças ilegais será gerido pela comissão de pais ou encarregados de educação de cada escola, de modos que haja transparência e se acuda realmente as necessidades das instituições.

Sobre a escola localizada na centralidade do KK5000 que passou de pública para privada, o director provincial da educação garantiu que não procedeu a privatização alguma, mas que a escola passou sim a ser comparticipada. O valor que deve ser cobrado como propina numa escola deste sistema não pode exceder os 8.200Kz.

O encontro que decorreu à porta fechada serviu também para avaliar a vida das escolas localizadas no interior dos quartéis, e sobre este assunto está a ser feito um trabalho de eliminação gradual das escolas devido ao actual défice de escolas. “Apenas uma instituição foi desactivada, que se situava na 101ª Brigada. As outras prosseguirão e foram orientadas a não inscrever novos alunos, e passados três anos teremos um encerramento pacífico”, explicou André Soma.

AR/Opais


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