O pior surto do ébola na história – que ocorre agora na África Ocidental – já custou mais de 700 vidas, de acordo com a última contagem da Organização Mundial de Saúde. As mortes ocorreram em Serra Leoa, Libéria, Guiné e Nigéria. Até ao momento não houve nenhum registro da doença em Angola, segundo garantiu a porta-voz da Comissão Nacional de Protecção Civil, Adelaide de Carvalho.
Adelaide de Carvalho falava à imprensa no final do encontro da Comissão Nacional, que serviu para recolher contribuições destinadas a melhorar a capacidade de resposta a um eventual surgimento de casos de ébola e analisar a rapidez da mesma por parte do Sistema de Protecção Civil.
A porta-voz afirmou ser importante que os profissionais do Serviço de Migração e Estrangeiros, da Polícia de Guarda Fronteiras e de Saúde, colocados nas unidades sanitárias e nos diferentes pontos de entrada no país, estejam atentos ao movimento dos imigrantes. “Eles devem conhecer os sintomas e as formas de transmissão da doença, para saberem como a detectar rapidamente entre os viajantes”, sublinhou.
Garantiu, apesar disso, que não existe, até ao momento, o registo de qualquer caso de ébola no país. Quanto ao Plano Nacional de Contingência para o Controlo do Ébola, explicou que o mesmo foi criado como medida de prevenção ou redução do risco de entrada do vírus no país. O mesmo inclui a prevenção, preparação, resposta e recuperação.
“Neste momento, estamos na fase de prevenção, que inclui medidas prioritárias de reforço da vigilância epidemiológica. Criámos também um sistema de transporte seguro, no caso de surgirem doentes com ébola, assim como centros provinciais e municipais de quarentena”, destacou.
O ministro do Interior e Coordenador da Comissão Nacional de Protecção Civil, Ângelo da Veiga Tavares, considerou a prevenção a principal arma de combate ao ébola.
“É imperioso que também se criem mecanismos de informação célere. Os líderes comunitários, assim como as entidades religiosas, os docentes e os órgãos de comunicação social têm um papel importante a desempenhar no cumprimento desta tarefa”, realçou.
Ângelo da Veiga Tavares pediu que aos esforços desenvolvidos pelo Ministério da Saúde no controlo do ébola, se juntem os dos Serviços de Saúde das Forças Armadas Angolanas, Polícia Nacional e demais estruturas de segurança sanitária do país. A Comissão Nacional de Protecção Civil é constituída pelos ministros da Defesa, Saúde, Petróleos, Finanças, Agricultura, Administração do Território, Comunicação Social, Estado Maior das FAA e o Comando-Geral da Polícia Nacional.
O representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) em Angola garantiu que as autoridades angolanas estão “em alerta máximo” para travar a epidemia de ébola, que atinge alguns países da África Ocidental desde Março.
Em declarações feitas na segunda-feira à Rádio Nacional de Angola, Hernando Agudelo disse que em Angola e nos países vizinhos não foi registado qualquer caso de ébola.
“O país mais próximo com casos de ébola reportados até hoje é a Nigéria. E fica a milhares de quilómetros de distância de Angola”, disse aquele responsável.
Segundo ele, Angola está a cumprir as recomendações feitas e uma delas é a triagem de pessoas que chegam ao aeroporto, em especial as oriundas de países afectados.
“Quando as pessoas chegam com febre, o que tem de ser feito é identificar se elas não são portadoras do vírus e vêm doentes. Há alguns procedimentos que têm de ser feitos, por exemplo, a logística, em matéria de protecção, luvas, óculos, máscaras, roupas completas de protecção para manuseamento de casos de ébola”, referiu.
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