A morte de uma criança carbonizada viva, num caso de crime passional, horrorizou o Namibe provocando apelos para “um julgamento exemplar” e medidas de educação contra a violência doméstica.
O caso de violência doméstica terminou com fogo posto a residência com a morte de uma criança e ferimentos graves à mulher.
Uma criança de um ano e 11 meses de idade morreu carbonizada e a mãe encontra-se hospitalizada gravemente no hospital Municipal de Saco-Mar com queimaduras graves depois do marido e pai da criança ter lançado fogo à casa onde viviam por a mulher ter decidido abandoná-lo.
O crime ocorreu na cidade-satélite do saco-mar, a sete quilómetros da cidade do Namibe, na noite de sábado para domingo. O cidadão que diz-se chamar Jaime Afonso, mais conhecido por “mucubal”, de 24 anos de idade, separado há um mês de Arlita Sebastião, sua esposa, com quem tem uma filha de nome Katia, confessou não ter conseguido resistir à tentação maligna de ciúmes.
Afonso, já detido pela polícia, disse estar “muito arrependido”, acrescentando “não conseguir
Recordou que anteriormente tinha encontrado a mulher com outro homem “e e não lhe fiz nada, apenas lhe chotei, mas agora, não consigo perceber o que terá se passado comigo para chegar até a este ponto”.
“Estávamos separados havia uma semana”, acrescentou.
O autor do crime disse que depois da mulher ter reafirmado que não tencionava continuar a viver com ele voltou mais tarde à casa da mulher e deitou gasolina dentro da casa
“Posto em casa dela, empurrei a porta e peguei num vasilhame de cerveja N´gola cheia de gasolina despejei sobre a roupa dela e a cama onde se encontrava a dormir ela e a filha, acendi o fosforo sobre a roupa, senti uma explosão de fogo e tentei fugir, enquanto a filha e a mulher se encontravam em chamas”, disse.
Depois de fugir foram os familiares que o aconselharam a entregar-se à policia.
O crime, que ocorreu no Dia Mundial da Mulher, provocou reacções de diversas entidades
A directora provincial da Familia e Promoção da Mulher no Namibe, Graça Albuquerque, diz acompanhar o caso com toda atenção que se impõe.
Aquela responsável exige das autoridades judiciais um julgamento exemplar e público para servir de educação pedagógica.
Vanda de Andrade, esposa do governador do Namibe, Rui Falcão Pinto de Andrade, lamentou o facto de ainda em pleno seculo XXI existir pessoas violentas.
Condenou tal acto e disse que é preciso arregaçar as mangas para um trabalho de esclarecimento no seio das comunidades sobre o impacto nefasto da violência domestica.
Especialistas em matéria de direito admitem que no caso de o tribunal provar o crime, o jovem “Mucubal” de 24 anos de idade arisca-se a uma pena de 24 anos de prisão por ter cometido crime de homicídio voluntário qualificado, que terá como agravante o facto de o acto ter sido cometido com intenção de matar, ter sido praticado à noite e sobretudo contra uma criança, inocente dos problemas dos progenitores.
AR/VOA