Uma mulher de 30 anos curou-se do VIH-Sida sem necessitar de medicação. O caso aconteceu na Argentina e traz esperança aos investigadores sobre a possibilidade de se desenvolver uma cura para a doença. Os investigadores designam tal acontecimento de “cura por esterilização”.
Desde a descoberta da doença, este é o segundo caso registado a nível mundial de pessoas com VIH que conseguiram ver-se livres da doença. No caso, registado recentemente, o organismo da mulher de 30 anos, que vivia com o VIH há 8 anos, conseguiu derrotar o vírus sem ter sido submetida a qualquer tratamento regular para a infecção. As análises realizadas recentemente pelos investigadores a milhares de milhões de células da paciente mostram que não existe nenhum vestígio do vírus activo no seu organismo.
Xu Yu, autora do estudo e investigadora no Ragon Institute of Massachusetts General Hospital, no MIT e em Harvard, referiu à CNN que:
“Uma cura por esterilização de VIH foi observada anteriormente em apenas dois pacientes que receberam um transplante de medula óssea altamente tóxico. O nosso estudo mostra que este tipo de cura pode ser atingida durante a infecção natural – na ausência do transplante de medula óssea (ou qualquer outro tipo de tratamento)”.
A paciente argentina foi diagnosticada com VIH em março de 2013, tendo começado um tratamento antirretroviral em 2019, quando engravidou. Este tratamento foi mantido durante o segundo e terceiro trimestres, no entanto, depois de o bebé nascer, sem o vírus, a mãe parou o tratamento.
As análises feitas às células da paciente mostram que houve uma infeção por VIH antes, mas agora não foram encontrados vírus intactos e capazes de se replicarem. Os investigadores identificaram sete provírus – uma forma de vírus que se integra no material genético da célula hospedeira, que estavam defeituosos.
Os investigadores ainda não sabem de que forma o organismo da paciente conseguiu eliminar o vírus, mas acreditam que resulta de “uma combinação de diferentes mecanismos imunológicos”.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, em 2020, 37,7 milhões de pessoas viviam com VIH a nível mundial. Quando não tratado, o vírus pode provocar síndrome de imunodeficiência, também conhecido como sida, causando a morte ao paciente. No ano passado, perto de 690 mil pessoas morreram devido a esta doença.