O funeral do kudurista Gelson Caio Mendes sepultado hoje, no Cemitério da Santa Ana, em Luanda, foi marcado pela morte de um menor de 16 anos, 33 feridos, dos quais 16 polícias e 17 civis, 18 detenções, furtos e vandalização de bens públicos, segundo fez saber a Televisão Pública de Angla.
Ainda nas imagens que circulam nas redes sociais, pode se ver alguns cidadãos em fuga por suposta perseguição de alguns indivíduos que vandalizaram algumas viaturas da polícia nacional e transportes públicos. De acordo com uma reportagem da Televisão Pública de Angola, a polícia nacional viu-se obrigada a usar o gás lacrimogénio para dispersar a população e ter maior controle da situação, mas ainda assim não foi possível impedir os actos de vandalismo e violência. Houve ainda botijas de gás e grades de cerveja roubadas em camiões na via pública.
Segundo a Lusa, grande concentração de pessoas levou a polícia a intervir, ouvindo-se disparos, já que, apesar de estarem mobilizados 800 agentes, a polícia teve dificuldade em controlar os grandes aglomerados. Adianta ainda que o lançamento do gás lacrimogéneo provocou uma debandada e desmaios, com várias pessoas caídas no chão.
Ao longo do cortejo, ouviam-se jovens a chorarem e a gritarem “filho do Zedú”, uma referência ao ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos. Muitos empunhavam vários cartazes e houve quem gritasse “Nagrelha, Presidente João Lourenço chefe de Estado”.
Gelson Caio Manuel Mendes, mais conhecido como “Nagrelha”, o mais célebre cantor do estilo musical Kuduro, morreu aos 36 anos, em Luanda, vítima de um cancro no pulmão, segundo o Complexo Hospitalar de Doenças Cardiovasculares D. Alexandre do Nascimento, onde se encontrava internado.