Moçambique: Governo aprova uso de línguas nacionais nas Assembleias Provinciais


Governo moçambicano acaba de aprovar o uso das línguas nacionais nas assembleias provinciais. 

É a primeira vez, que as línguas nacionais moçambicanas serão usadas como instrumento de trabalho nas assembleias provinciais do país, pondo fim ao uso exclusivo do português, a língua oficial, ate ao momento.

O Conselho de Ministros adoptou esta decisão na passada terça-feira (14.07). Moçambique é um dos membros da PALOP, embora que o português tem o estatuto de língua oficial, mas é falado particularmente como segunda língua pela maioria da população, que se comunica nas línguas locais.

É um grande avanço  quando se diz que um membro da Assembleia Provincial está autorizado a usar a sua língua e que o órgão tem de criar condições de tradução e interpretação nas línguas que ele usar naquele local, examina o docente e investigador de línguas moçambicanas Armindo Ngunga. “Se estamos a falar de democracia, não pode haver participação se as pessoas não usarem a língua que melhor dominam”.

 O jornalista e linguista Ricardo Dimande também aprova a decisão e acerta que terá um “impacto bastante grande”, uma vez que são línguas que ainda são usadas pela maior parte da população moçambicana. “Sentia-se que alguns deles têm dificuldade em articular as suas mensagens e comunicações em língua portuguesa”, menciona.

Armindo Ngunga espera também que outras instituições, como a Assembleia da República, tomem esta mesma decisão e diz que “deviam pensar seriamente no assunto”, de modos que a língua não seja uma barreira à comunicação no Parlamento. O investigador também considera fundamental “promover a participação de todos os moçambicanos, em pé de igualdade, independentemente do recurso linguístico usado”.

 

  Fonte: DW Portugal

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