Médicos removeram os pulmões de uma jovem e salvaram-na a vida


Considerada a primeira intervenção do género, uma equipa médica do Canadá salvou uma jovem mulher, retirando-lhe os pulmões até conseguirem um dador compatível para transplante. Os cirurgiões do hospital de Toronto contaram agora a imprensa local como tudo aconteceu.

No passado mês de Abril, Melissa Benoit deu entrada num hospital de Toronto, com uma grave infecção nos pulmões. A equipa médica que a recebeu rapidamente se apercebeu que a mulher tinha poucas horas de vida.

A paciente foi colocada num aparelho de suporte de vida, mas a condição continuava a piorar. A bactéria instalada nos pulmões tornou-se resistente à maioria dos antibióticos conhecidos, levando a um choque séptico e à queda da pressão sanguínea. Um por um, os órgãos começaram a falhar.

Foi então que os médicos decidiram testar uma solução que tinha sido contemplada anteriormente, mas que nunca foi aplicada: a remoção dos dois pulmões para eliminar a fonte da infecção bacteriana.

“O que nos ajudou foi a certeza de que em poucas horas ela poderia morrer”, começou por dizer ao The Guardian, Shaf Keshavjee, um dos médicos que a operou. “Isso deu-nos a coragem necessária para seguir em frente naquele momento”, confessou o cirurgião.

O marido da paciente, Chris, deu autorização aos médicos para procederam com a arriscada intervenção. “Precisávamos desta oportunidade. As coisas correram mal durante tanto tempo. Tínhamos de conseguir alguma coisa boa”, explicou ao jornal inglês.

A operação, que teve a duração de 9 horas, envolveu uma equipa de 13 pessoas. “Tecnicamente, foi muito exigente retirar os pulmões do peito”, revelou Keshavjee. Apesar de todas as dúvidas associadas a uma técnica nunca testada, os resultados positivos foram praticamente imediatos.

“Vinte minutos depois de lhe termos removido os pulmões infectados, a pressão sanguínea normalizou e podemos retirar a medicação que estava a ser usada para esse efeito”, explicou o médico.

Um pequeno pulmão artificial foi ligado ao seu coração, que teve o apoio de outros aparelhos para oxigenar e bombear o sangue pelo corpo. Seis dias depois da operação foi encontrado um dador compatível e foi realizado o transplante.

Passado quase um ano depois da intervenção que lhe salvou a vida, Benoit está a recuperar favoravelmente em casa.

“É como regressar de perto da morte para casa. Estou extremamente grata e contente”, contou a mulher.


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